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Enviada em: 20/10/2018

De acordo com a Declaração dos Direitos Humanos, promulgada após os horrores da Segunda Guerra Mundial, cada indivíduo possui o direito à vida e ao bem estar social. Entretanto, lamentavelmente, essa máxima não se faz presente no cotidiano dos cidadãos, haja vista o crescimento da desigualdade social e da fome em território brasileiro - sejam elas resultados de uma má gestão política, sejam elas frutos do sistema capitalista. Sendo assim, é preciso salientar os meios nos quais a fome estrutural surge, como também sua forma de perpetuação, além de medidas combativas para solucionar tal problema.       Em primeira análise, cabe apontar que o impasse da fome estrutural não possui um fim em si mesma, mas, na realidade, é fruto acumulativo de demais problemas estruturais. Dessa forma, a desigualdade salarial, o desemprego, a falta de acessibilidade a produtos e a recursos em zonas periféricas, contribuem para o cenário da ampliação da fome no Brasil. Dito isso, conforme o pensador Karl Marx, para que o modelo capitalista funcione - e se obtenha lucro - é preciso que alguém, necessariamente, seja pobre. Nesse sentido, a própria disparidade da distribuição do capital e de bens é algo não somente característico, como necessário para o modelo econômico no qual o Brasil está inserindo, gerando, e perpetuando, infelizes problemas como a fome.       Em segunda análise convém ressaltar que os supracitados fatores contribuintes para a fome podem ser instaurados, também, com a atuação de uma má gestão governamental. Como expresso pelo filósofo Aristóteles, o papel do Estado é garantir a felicidade e a boa vida para seus cidadãos. Todavia, é perceptível que no caso brasileiro essa conduta não é seguida, uma vez que há, cada vez mais, uma redução do investimento em setores cruciais para o combate à fome. Tais setores são variados, e vão desde a educação - garantindo assim uma possibilidade de qualificação de mão de obra e aumento salarial - até o corte no programa do Bolsa Família, que garantia o poder de compra das classes mais pobres. Por fim, há um verdadeiro desamparo ás classes menos favorecidas, uma vez estabelecida a ausência de políticas públicas para a redução do déficit monetário desses grupos.       Sendo assim, considerando os reflexos negativos que a fome traz para a sociedade comum, é necessária a elaboração de medidas para solucionar o problema. É preciso, portanto, que o Estado recupere seu papel interventor, como posto por Aristóteles, e o Poder Executivo se responsabilize pela ampliação do poder de compra das classes "baixas", por meio da distribuição de cestas básicas e auxílios governamentais, como o Bolsa Família. Com o fito da real extinção do problema, tais auxílios devem ser acompanhados de inserção ao mercado de trabalho, por meio de cursos profissionalizantes.