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Enviada em: 22/02/2019

No ano de 2014, o Brasil deu um passo à frente para o desenvolvimento sustentável: saiu do Mapa da Fome, levantamento realizado pela ONU em diversas nações. Isso significa que menos de 5% da sociedade está em insegurança alimentar, ou seja, ingere menos calorias que o mínimo recomendável. Embora tenha sido um avanço, 5,2 milhões de pessoas ainda enfrentam essa situação, e há um risco de que se volte a figurar no índice. Para evitar que tal fato ocorra, é necessário que não apenas hajam políticas públicas que visem minimizar o desperdício de alimento, como também, a diminuição da desigualdade social.        Segundo um levantamento estatístico realizado pela FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – em 2013, o país perdeu cerca de 26,3 milhões de toneladas de alimento do total disponível para consumo, portanto, uma quantidade capaz de alimentar todos os habitantes que vivem em estado de subalimentação. Todo o desperdício vem de uma cadeia, desde a sua produção, com perdas de safras, até o consumidor final, onde sobras são jogadas fora e destinadas ao lixão. Ainda que exista um programa de conscientização, filiado ao Ministério do Meio Ambiente, ele precisa ser amplamente divulgado para diminuição deste valor.        No Brasil, cerca de 50 milhões de indivíduos vivem em situação de pobreza, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Com uma renda total de apenas 387,07 reais, essa parcela da população tem acesso restrito ou quase nulo a alimentação correta. Embora o Governo disponibilize políticas assistencialistas de combate à fome, como o Bolsa Família, de acordo com a Carta aos Direitos Humanos, todo indivíduo tem direito ao trabalho e “a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana”. Dessa forma, embora existam políticas assistencialistas para reduzir a fome, é necessária a formação profissional e o acesso ao emprego por essa parcela marginalizada.        Logo, o desperdício de comida e a desigualdade social representam entraves para o progresso no combate à fome. Para que seja mais efetivo, políticas públicas como a Semana Nacional da Conscientização da Perda e Desperdício de Alimentos, devem ser amplamente divulgadas em veículos de comunicação, como forma de tornar clara a importância da problemática. Além disso, o Ministério da Educação, em parceria com órgãos como o SENAI, deve investir em qualificação profissional de pessoas em situação de pobreza e o Estado deve garantir-lhes acesso ao emprego, como forma de diminuir a desigualdade social e garantir acesso à alimentação adequada.