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Enviada em: 22/03/2019

______É possível afirmar que um dos principais problemas do país em relação ao combate à fome é a falta de políticas públicas que enfoquem de forma prioritária os estados do norte e nordeste, haja vista que esses estados apresentam um índice de insegurança alimentar superior à média nacional e até mesmo acima dos limites da ONU que permitiram ao Brasil sair do Mapa da Fome. Somado a isso, nota-se uma clara redução dos investimentos estatais nessas regiões que refletem diretamente no acesso da população ao alimento. ______Em um recente estudo do IBGE comprova-se que estados nordestinos, como o Maranhão e o Piauí, apresentam um índice de insegurança alimentar que atinge mais de 50% dos domicílios. Nesse mesmo estudo, quando se compara os índices nacionais e os estaduais da insegurança alimentar grave, percebe-se que cerca de 3% da população nacional se enquadram nessa situação, enquanto que nesses dois estados tal índice pode chegar a 9% da população. Os dados do estudo demonstram que tal situação pode ser estendida a todos os estados do norte e nordeste em grau superior à média nacional. ______Da mesma forma, em virtude da recente crise econômica do país, o governo federal optou por reduzir verbas que eram diretamente empregados nos estados do norte e nordeste. Essas verbas se referem à programas de benefício direto à população mais carente, tais como os investimentos na agricultura familiar, os quais garantiam o aporte necessário para permitir a irrigação da lavoura e a aquisição de sementes, por exemplo. Tal redução significou um queda da produção agrícola de subsistência e, por conseguinte, da disponibilidade de alimentos na mesa das famílias mais carentes. ______Nesse diapasão, torna-se necessários que o governo amplie os investimentos nas regiões norte e nordeste, fomentando a agricultura local com subsídios públicos e incentivando processos logísticos que permitam o acesso a alimentos de qualidade pela população mais carente. Paralelamente a isso, deve estimular o combate ao desperdício de alimentos, até mesmo por meio de benefícios fiscais, de forma a estimular a distribuição de alimentos entre os mais carentes. Apenas com políticas públicas efetivas e tratamento prioritário nas regiões mais deficitárias, o Brasil continuará fora do Mapa da Fome da ONU.