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Enviada em: 17/05/2019

Graciliano Ramos, em sua obra Vidas Secas, expressa dramaticamente a situação da fome e desesperança vivenciada pelas personagens nordestinas em meio ao clima árido da região. Fora dos livros, nota-se que a questão da carência alimentar no Brasil representa um dos principais impasses a serem revertidos da conjuntura social. Nesse sentido, convém analisarmos as principais causas diante dessa adversidade.   Em primeiro lugar, é importante destacar que o país é um dos grandes agroexportadores do mundo. Desde o período colonial, no século XVI, o território sempre ofereceu produtos tanto para metrópole quanto para outras nações em trocas comerciais. Embora, após sua emancipação frente a metrópole tenha sido conquistada, a economia ainda encontra-se pautada na exportação de Commodities. Consequentemente, os incentivos à agricultura familiar no qual é responsável pelo abastecimento interno e sobrevivência de diversas famílias são postos em segundo plano, perpetuando assim, a persistência da fome.   Somado a isso, é preciso enfatizar que a questão constitucional e sua aplicação estejam também entre as razões do problema. Apesar de a Constituição Federal de 1988 garantir o direito a alimentação para todos os cidadãos, verifica-se esse direito assegurado no papel, mas não necessariamente na prática. De acordo com o relatório da ONU para a FAO (Alimentação e a Agricultura), 5,2 milhões de pessoas ainda passam fome no Brasil. É inadmissível, portanto, que em um Estado Democrático de Direito os indivíduos até então não gozem de premissas básicas que deem a eles uma das atividades fundamentais para a vida: a alimentação.   Torna-se evidente, portanto, que o atual panorama da fome no Brasil deve ser revertido, por isso medidas cabíveis devem ser implementadas. Sob esse viés, compete ao Governo Federal promover um maior investimento em programas como (Pronaf) Programa Nacional de fortalecimento da agricultura familiar. Essa ação deve ser feita por meio de parcerias com bancos nacionais, uma vez que aumentará os créditos destinados ao pequeno agricultor, com o objetivo de incentivar ainda mais a agricultura familiar e o advento de famílias nas quais precisam de um meio para sobreviver e alimentar-se. Para que assim, histórias como ''Vidas Secas'' fiquem apenas nos Romances.