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Enviada em: 16/07/2019

Na obra "O Quinze" de Rachel de Queiroz, é retratado a realidade nordestina durante a grande seca de 1915, especificamente no Estado do Ceará, em que descreve a luta diária contra a fome enfrentada pelo personagem Chico Bento e sua família. Fora da ficção, apesar de o Brasil não se encontrar mais inserido no mapa da fome, por muito tempo, este viveu um cenário análogo àquele descrito pela obra de Rachel, marcada pela crise e fome social. Nesse panorama, com o escapo de impedir que o Brasil retorne à situação de vulnerabilidade social, é necessário que a sociedade sensibilize-se no combate ao desperdício alimentar e que haja o cumprimento do Governo em garantir alimentação social.        Efetivamente, é indubitável que a ausência de conscientização de majoritária parte da sociedade em relação ao desperdício de alimento esteja entre as causas do problema. Essa problemática é intensificada, sobretudo, devido à má distribuição de renda entre a esfera social, o que resulta em uma maior concentração alimentar em apenas um grupo e, consequentemente intensifica a pobreza extrema e os índices de fome populacional. Ademais, desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro; logo, é importante conscientizar a sociedade a fim de promover mudanças de hábitos errôneos e não sustentáveis. Com isso, é imprescindível que o Ministério da Saúde crie campanhas de sensibilização social acerca desse impasse.       Outrossim, no que tange ao Poder Público, são insuficientes seus esforços na promoção do direito à alimentação para todos os cidadãos brasileiros, atuando como um fator impulsionador dessa realidade crítica. Desse modo, ainda que esteja assegurado na Carta Magna o direito social à alimentação adequada, o repasse de verbas para esse segmento social mostra-se cada vez mais insuficiente para atender à demanda nacional, o que resulta num quadro social marcado por fome e miséria. Sob essa perspectiva, destaca-se a importância da sociedade passar a atuar de modo ativo e exigir do Governo maior responsabilidade em cumprir obrigações para com a nação brasileira.       É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a permanência do Brasil fora do mapa da fome. Assim, para a comoção da população brasileira e a promoção de mudança de comportamentos, urge que o Ministério da Saúde crie, por meio de verbas governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem a situação encarada pela parcela da população que sofre pela falta de alimentação e de uma fonte de renda para supri-la, sugerindo ao interlocutor a se mobilizar com a causa. Além disso, o Supremo Tribunal Federal deve agir no cumprimento em fornecer apoio alimentício, por meio de petições públicas cobradas pelo tecido social. Somente assim o Brasil viverá uma realidade distante da distopia da obra "O Quinze".