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Enviada em: 12/04/2018

No documentário brasileiro "Garapa", José Padilha evidencia a insegurança alimentar nas regiões do território nacional. De maneira polêmica, retrata uma triste realidade vivenciada por muitos brasileiros. No entanto, apesar de não estar no mapa da fome, o Brasil ameaça retornar a esse estado subumano. Assim, para compreender o problema, a vulnerabilidade e a desigualdade social são imprescindíveis.   A priori, a vulnerabilidade social é o principal fator responsável pela fome no país. Isso acontece porque, na sociedade desigual em que vivemos, pessoas com difícil contexto socioeconômico apresentam, muitas vezes, baixa escolaridade, falta de informação e planejamento familiar. Em decorrência de tal fragilidade, o ciclo da fome e da pobreza é constante, já que, sem um bom nível escolar, é difícil obter emprego e, por conseguinte, dinheiro para a alimentação. Consoante a isso, de acordo com o IBGE, mais de 7 milhões de pessoas passam fome no Brasil.   Outrossim, nota-se, também, o papel fundamental da desigualdade social para a atual situação de fome no país. Nesse bojo, segundo a teoria malthusiana, a quantidade de alimentos não seria suficiente para suprir as necessidades mundiais. Todavia, sabe-se que o problema não consiste na quantidade, mas sim na equidade, visto que as disparidades regionais refletem uma distribuição injusta de alimentos no Brasil. Nesse ínterim, apesar de programas sociais, como o Fome Zero, o Nordeste, por exemplo, possui 17% das crianças passando fome, de acordo com o IBGE.   Para resolver o impasse, portanto, medidas devem ser tomadas. Nesse sentido, o MEC, juntamente com Secretarias Municipais, deve incentivar o aumento do nível escolar dos cidadãos para garantir o acesso ao mercado de trabalho, por meio de cursos profissionalizantes, como o SENAI e o Pronatec, a diversas regiões do país. Ademais, o Poder Executivo, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social, deve garantir a continuidade de programas sociais, como o Bolsa Família, para a redução da pobreza e distribuição de renda. Dessa forma, o Brasil não voltará ao mapa da fome.