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Enviada em: 23/10/2017

Embora apresentada no século XVI, a tragédia de Romeu e Julieta já abordava uma das maiores causas de morte jovens de até 19 anos no Brasil: o suicídio. A falta de um lugar na qual o adolescente possa se sentir confortável e a sensação de estar sem soluções configuram um assassinato em que a vítima e agressor são a mesma pessoa. Neste sentido, é notório que uma série de fatores influenciam o jovem a cometer esse crime que deve ser combatido.  É relevante abordar, primeiramente, o papel de instituições educacionais nessa questão. O bullying, problema mundial encontrado em qualquer escola é uma das principais causas do suicídio entre adolescentes. Conforma a Psicologia do Desenvolvimento, o jovem é influenciado facilmente pelas opiniões alheias, e nesta tentativa de se encaixar, passa a agir de forma inconstante, e como consequência, perde sua identidade e não reconhece o seu papel no mundo. Dessa forma, o ambiente escolar torna-se um pesadelo para muitos jovens que não se adequam aos padrões exigidos pela sociedade, seja esteticamente ou  personalidade.  Sob esse viés, o sociólogo Zygmunt Bauman defende, na obra “Modernidade Líquida” que o individualismo é uma das principais características – e o maior conflito - da pós modernidade, e, consequentemente, parcela da população tende ser incapaz de pensar no próximo. A falta de empatia com o outro, para tentar ajuda ou conversar é um dos maiores problemas desse mundo egocêntrico, em que as dificuldades pessoas são consideradas maiores que as dos outros. Desse modo, a família, muitas vezes não observa sinais claros que pessoas com pensamentos suicidas apresentam. Neste contexto, um caminho possível para combater esse problema é desconstruir o maior problema da pós-modernidade: o individualismo.  Fica evidente, portanto, que a melhor forma de se combater essa questão é através da prevenção. Para isso, é fundamental que o Ministério da Educação (MEC) em parcerias com psicólogos de rede pública promovam aulas temáticas, debates e teatros com o objetivo de se combater o bullying ressaltando sobre a importância da vida, podendo também, criar espaços de diálogos entre alunos sobre a fase da adolescência. Inclusive, em parceria com a Mídia, o MEC deve fazer campanhas para que a nação se conscientize sobre essa questão e a família possa conversar com seus filhos e, se necessário, encaminhá-los para psicólogos. Dessa forma, Romeu e Julieta será símbolo de uma época em que a vida era subestimada.