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Enviada em: 03/11/2017

O romancista alemão, Johann Goethe, narrou em “Os sofrimentos do jovem Werther” a história de um jovem que encontrou no suicídio um meio de livrar-se das decepções de um amor não-correspondido no século XVII. Já fora das obras literárias, muitos são os motivos que levam parte da juventude brasileira a crer que o fim de suas vidas será a resolução de seus problemas. Desse modo, faz-se necessário debater soluções que visem impedir que histórias como a do protagonista de Goethe se repita.      Em primeiro plano, é preciso lembrar que as principais razões por detrás do pensamento suicida ainda não são amplamente entendidos e discutidos pela sociedade, o que dificulta um combate à essa realidade. O compositor, Renato Russo, relatou em sua canção, Pais e Filhos, sobre uma moça que havia cometido suicídio jogando-se do oitavo andar e frisou, ainda, que ninguém tinha conhecimento dos motivos que a levou a tirar a própria vida. Estima-se que em cerca de 90% dos casos a pessoa possua um transtorno mental do humor, doenças que são consideradas, na maioria das vezes, como "frescuras" dos adolescentes e não recebem o devido tratamento, completamente ignoradas pela família e a sociedade no geral.     Ademais, a negligência com a saúde mental desses jovens corrobora para a sensação de insegurança e a ausência de esperança com a própria vida. Com efeito, o suicídio passou a ser discutido como um problema de saúde pública em âmbito internacional pela Organização Mundial da Saúde, uma vez que representa na atualidade a segunda maior causa de óbito entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo. Mesmo com a atuação de projetos preventivos, como o Setembro Amarelo e o Centro de Valorização a Vida (CVV), o Brasil seguiu na contramão do mundo e aumentou, em doze anos, os casos em cerca de 10%. Isso demonstra a fragilidade do país em enfrentar os desafios de se prevenir o suicídio juvenil.   Urge, portanto, a necessidade de que indivíduos e o poder público unam-se para combater esse problema. O Ministério da Saúde deve realizar mais concursos públicos para psicólogos e psiquiatras, com o intuito de garantir à população um tratamento gratuito contínuo e eficiente. Concomitantemente, a mídia deve vincular campanhas e cartilhas com informações a respeito dos transtornos mentais para a população. Por fim, o Ministério da Educação pode exigir um profissional da psicologia em cada escola e universidade, a fim de facilitar o acesso desse serviço aos jovens. Espera-se, com isso, que a reflexão da sociedade somada a oportunidade tratamento e o apoio psicológico sejam capazes de impedir situações trágicas como o jovem Werther.