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Enviada em: 23/10/2017

Na obra literária alemã "Os sofrimentos do jovem Werther", de Johann Goethe, o protagonista encontra no suicídio uma forma de se livrar da dor de um amor não-correspondido. A temática da infelicidade fez com que parte do jovem público-leitor, no século XVIII, enxergassem na morte uma forma de libertação dos anseios. Com isso, percebe-se que esse problema de saúde pública já ocorre há séculos e hoje, no Brasil, a taxa crescente de suicídio entre os jovens, mostra a necessidade de mudança deste cenário alarmante.   É incontrovertível, que o suicídio, por vezes, é consequência de uma quadro depressivo. Essa síndrome, se demonstra através de alterações químicas no cérebro do indivíduo, principalmente com relação aos neurotransmissores, substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células, assim, a percepção das emoções fica comprometida. Além disso, experiências marcantes ou estressantes, também contribuem para essa situação. Um exemplo é o bullying, que com agressões físicas ou verbais, até mesmo os dois, humilham e contribuem para reforço da baixa autoestima do indivíduo.    Ademais, a Organização Mundial de Saúde estima que até 2030 a depressão será a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde. Entretanto, o entendimento acerca dessa doença ainda é difícil para uma parcela da população. Muitos jovens quando se abrem com a família a respeito dos problemas passados recebem um "isso é frescura" como resposta, o que contribui para um sentimento de desamparo e rejeição. Por conseguinte, pessoas de má índole encontram na internet  uma forma de atrair esse público fragilizado ao ato suicida, um exemplo disso, é o jogo "Baleia Azul", onde o adolescente realiza cinquenta desafios, sendo o último a retirada da própria vida.   Em face do exposto, fica claro, a inevitabilidade de medidas para resolver o impasse. Para que isso ocorra é preciso que o Ministério da Saúde, juntamente a mídia, promova campanhas que alertem sobre as características e consequências da depressão, através de comerciais, cartazes, até mesmo, em uma ficção engajada. E por fim, que escolas contratem psicólogas, junta a pessoas que passaram por essa situação, para palestras e, também, as disponibilizem para atendimentos aos alunos, além de, trabalhar o tema suicídio, através de obras literárias, como a de Gothe, promovendo debates e reflexão acerca do assunto. Assim teremos um público jovem, não como o do século XVIII, mas sim, dispostos e com meios de enfrentar os problemas.