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Enviada em: 23/10/2017

De acordo com Émille Durkheim, o suicídio é um fato social o qual tem como sua principal causa a fragilidade das relações sociais, em função disso, ocorre, na maioria das vezes, quando um indivíduo deixa de sentir-se integrante do seu grupo social. Nesse contexto, é incontrovertível que, dentre outros aspectos, falhas nos sistemas de saúde e de educação são as razões primordiais para que a quantidade de casos de suicídio tenha aumentado no Brasil. Nesse sentido, uma ação conjunta entre Estado e sociedade é medida que se impõe.       A princípio, percebe-se que essa circunstância deve-se a fatores de saúde pública. O insuficiente número de ações preventivas é um dos motivos desse crescimento, uma vez que, devido aos poucos psicólogos e psiquiatras disponíveis nos escolas, hospitais e Centros de Assistência Psicossocial(CAPS), o indivíduo potencial suicida, geralmente, não sabe a quem recorrer e o que fazer para amenizar os pensamentos e sentimentos nefastos e, assim, opta por tirar sua própria vida. Dessa forma, nota-se como a precariedade da saúde pública brasileira influencia nos índices de tais fatos.       Outrossim, vale ressaltar que essa situação está longe de ser resolvida. O cidadão brasileiro não está apto a lidar de maneira correta com pessoas que possuem doenças mentais. Muitas vezes, por exemplo, quando um certo indivíduo apresenta indícios de depressão, doença a qual está relacionada a maioria dos casos de suicídio, seus amigos ou parentes pensam que é apenas uma tristeza momentânea, "frescura" ou coisa da "aborrecência" e, por isso, negligenciam ajuda, importante fator na prevenção de suicídios, os quais, segundo Robert Paris, presidente do Centro de Valorização da Vida - CVV, 90% são evitáveis.       Para mitigar essa celeuma, portanto, é essencial que os Ministérios da Saúde e da Educação aumentem a quantidade de profissionais de saúde mental em escolas, hospitais e CAPS, deste último, também, o número de estabelecimentos por todo o país. Ademais, é mister que o último orgão governamental supracitado, em parceria com a mídia e ONG's, ensinem como um civil pode lidar com alguém que possua algum transtorno mental do melhor modo e encaminhá-lo a um especialista, por meio de aulas, projetos educacionais, campanhas publicitárias, novelas, cartilhas e debates. Com essas e outras medidas, fortaleceremos as relações sociais e, assim, o país.