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Enviada em: 24/10/2017

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da "modernidade líquida" vivida no século XX. Nesse contexto, o aumento do índice de suicídio entre jovens e adolescentes provocados por processos depressivos, bem como por sucessivos episódios de bullying, é um triste reflexo dessa realidade na sociedade contemporânea.       A princípio, a problemática tem origem nas manifestações depressivas humanas que persistem antes dos mesmos transformarem o suicídio na solução para o fim dos seus problemas. Nesse sentido, observa-se que autodestruição já acompanhava o homem ao longo do seu processo histórico. No século XVIII, o escritor Goethe, ao escrever sobre Werther, provocou indiretamente o suicídio de milhares de pessoas que seguiram os passos do personagem principal. Atualmente, o fenômeno da Baleia Azul, jogo que estimula o suicídio a partir das redes sociais, assusta na mesma proporção. Assim, os momentos históricos favorecem o entendimento de que o meio ambiente sempre será propício para mobilizar o indivíduo,consciente ou inconscientemente, para o seu autoextermínio. Dessa forma, sob essa conjectura, recai sobre o homem o compromisso de eliminar ou reduzir os efeitos depressivos sobre a população independente das pressões externas exercidas pelo ambiente.       Outro fator importante esta relacionado ao excesso de bullying nos espaços escolares e virtuais. A partir desse contexto, pode-se inferir que o alarmante aumento de 25% na taxa de suicídio, na ultima década no Brasil, segundo fontes do Ministério da Saúde, está intimamente ligado ao bullying escolar. Destarte, os jovens escolares brasileiros estão a mercê de uma "cultura nacional" que apelida, julga e discrimina os colegas de sala de aula sem saber a repercussão psicológica desse comportamento. Sob esse aspecto, são os negros, homossexuais e pobres que geralmente passam por essas dificuldades e percalços no âmbito escolar.        O combate à liquidez citada anteriormente, a fim de conter o avanço do suicídio entre jovens, deve tornar-se efetivo, uma vez que representa um retrocesso social. Logo, é preciso que o Ministério da Saúde amplie o número de Centros de Atenção Psicossocial, com a finalidade de atender e diminuir os casos depressivos. Além disso, o Ministério da educação, mediante mudança na Base Curricular, deve incluir uma Política Nacional de Combate ao Bullying nas Escolas, com fito na redução de suicídios vinculados a esse fenômeno. Por fim, urge que a imprensa televisiva, por meio de campanhas e ações destinadas à família, instrua sobre o suicídio, bem como suas formas de prevenção e proteção. Dessa forma, com tais medidas, poder-se-á evitar a morte de inúmeros casos de mortes entre jovens.