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Enviada em: 24/10/2017

No romance epistolar, "Os sofrimentos do jovem Wether", escrito por Gothe, o protagonista da trama comete suicídio em função de um amor não correspondido. A obra, inaugurou o Romantismo mundial, no entanto, foi criticada por incentivar centenas de autocídios. Embora date de séculos passados, a problemática é persistente na sociedade brasileira atual, sendo imprescindível analisar os fatores que estimulam essa prática, para, assim, erradicá-la.              O sociólogo Zygmunt Bauman defende, na sua obra "Modernidade Líquida", que o individualismo é umas das principais características de conflito da pós-modernidade. Nessa perspectiva, é indubitável que o núcleo familiar imergiu nesse conflito, haja vista que a vida moderna acarretou relações superficiais devido ao pouco tempo de convívio entre os familiares e a preocupação pelos interesses individuais. Sob tal ótica, os jovens perderam a principal referência e o espaço para relatarem seus conflitos e questões pessoais, dessa maneira, ocorrendo a dispersão no meio familiar e influenciando o jovem a desenvolver depressão, solidão e pensamentos suicidas. Desse modo, cabe à família estreitar os laços atendendo às necessidades físicas e emocionais do indivíduo.          Em detrimento dessa questão, a sociedade individualista e mecânica corrobora para o crescimento dessa problemática, visto que esses casos são silenciados e tratados de forma pejorativa. Nesse sentido, as redes ilegais encontram um cenário favorável para fazer vítimas e disseminar seus desafios mortais, já que esses meios são incentivados quando há uma sociedade indiferente ao suicídio. Assim, confirmando à problemática, o crescimento de autocídios aumentou em 10% entre os anos de 2002 e 2014, segundo o Ministério da Saúde. Dessa forma, esse quadro tem se tornado um grave problema de saúde pública no país.        Destarte, é imprescindível medidas eficazes para erradicar o suicídio entre os jovens brasileiros. Para isso, cabe à instituição familiar o papel intransferível de orientar e atender às necessidades do jovem, por meio de conversas frequentes tornando o indivíduo livre para compartilhar suas questões pessoais, assim restaurando o vínculo familiar e combatendo o suicídio. Ademais, é imperativo que o Estado, na figura do Ministério da Saúde invista em profissionais experientes nesse assunto, contudo, para isso, é fundamental oferecer aos profissionais da saúde seminários gratuitos de capacitação para melhor atender as vítimas desse cenário. Com essas ações, certamente, poder-se-á prevenir o suicídio entre a juventude brasileira.