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Enviada em: 25/10/2017

Goethe, um dos expoentes da literatura alemã, em "Os sofrimentos do jovem Werther", retrata a história de um jovem, que diante da angústia causada pelo amor inacessível, vê no suicídio a saída para sua desventura. Entretanto, apesar de ter sido escrito no século XVIII, esse romance ainda apresenta uma temática hodierna: o suicídio e a forma como muitos jovens enxergam na morte a única alternativa para as mofinas que vivenciam.    Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, o suicídio consiste na segunda principal causa de morte, relacionada a pessoas entre 15 e 29 anos. Indubitavelmente, tal temática consiste em um caso de saúde pública e deve ser amplamente discutida, tendo em vista a introdução de medidas que atenuem essa mazela. É incontrovertível que a mídia tem suma importância nesse transcurso, pois ela pode ser utilizada como veículo de discussão do tema, que por vezes é tratado como tabu. Entretanto, é necessário ter muito cuidado nesse processo, pois quando o suicídio é tratado em meio à romantização, ele pode ter um efeito contrário ao esperado. Assim, observa-se tal fenômeno por meio do efeito Werther, visto que após o lançamento e a febre causada pelo  romance supracitado, foi possível ver o número crescente nos casos de suicídios, utilizando o mesmo método do jovem do livro.     É tácito que, outro aspecto inerente ao suicídio entre jovens, é a relação entre os problemas mentais e sua ocorrência, visto que cerca de 90% dos casos de suicídio tem relação com esses transtornos. Lamentavelmente, existe uma estigmatização dos portadores de algum distúrbio psiquiátrico, pois muitos deles são rotulados de forma preconceituosa. Aliado a isso, em algumas situações, não existe o devido apoio e cuidado em casa e o ambiente familiar não é enxergado pelo jovem como um refúgio ou um local no qual ele pode falar sobre suas vivências e angústias. É perceptível que esse quadro não contribui para a melhora do indivíduo e o conduz ao isolamento.    Logo, devem ser adotadas medidas mitigadoras que contribuam para resolução dessa problemática. O governo precisa promover o combate à estigmatização das doenças psíquicas por parte da mídia e investir na divulgação de campanhas que conscientizem sobre o problema, bem como incentivem a busca por tratamento. O Ministério da Saúde deve atuar em parceria com o Ministério da Educação, ao aumentar o número de profissionais que realizem o atendimento psicológico de forma gratuita nos chamados CAPS - Centro de Atenção Psicossocial - de forma que as escolas possuam uma ligação com esses centros, visando a condução dos alunos identificados como vulneráveis. É importante salientar que a família deve funcionar como o principal aliado nesse processo. Dessa forma, espera-se que os jovens possam encontrar na sociedade e na família um ambiente de cuidado e acolhimento. para a Organização Mundial de Saúde, precisa "deixar de ser tabu": segundo estatísticas do órgão, tirar a própria vida já é a segunda principal causa da morte em todo mundo para pessoas de 15 a 29 anos de idade