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Enviada em: 25/10/2017

Na obra literária alemã “Os sofrimentos do jovem Wether”, de Johann Goethe, o protagonista encontra no suicídio uma forma de livrar-se das dores de um amor não-correspondido. A temática da infelicidade fez com que parte do público-leitor, no século XVIII, se sentisse representada pelos anseios do personagem e, inclusive, passassem a ver a morte como uma forma de libertação. Sendo assim, percebe-se que esse problema de saúde pública já se alastra ao longo do tempo e hoje, no Brasil, a taxa de suicídio entre os jovens faz-se crescente, mostrando a urgência de alterações desse cenário.   É primordial elencar, inicialmente, que o suicídio é, por vezes, uma consequência de um quadro depressivo do indivíduo. Tendo em vista, que a depressão é uma patologia que atinge os mediadores bioquímicos envolvidos na condução dos estímulos através dos neurônios, fazendo com que o indivíduo se sinta desestimulado e com baixa autoestima. Além disso, há uma crescente padronização imposta pela sociedade moderna de uma ditadura da felicidade, em que sentimentos como angústia e tristeza, são repelidos. Desse modo, a visão compartilhada de que o suicídio é motivo de vergonha e condenação, fatores que legalizam o assunto como tabu, comprovando a ausência de laços e redes capazes de proporcionar acolhimento para o adolescente.   Segundo Émile Durkheim, o suicídio é resultado do meio social que circunda o ser. Conforme tal visão, opressões sociais, como bullying e a homofobia, demostram que o assunto não deve ser tratado de forma individual. Contudo, a carência de um atendimento público especializado, capaz de discutir e cuidar do problema, atrelado a falta de educadores preparados para lidar com o impasse, evidencia o desinteresse governista em tratar o autocídio como problema de saúde pública. Pois, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), 90% dos casos podem ser evitados quando há oferta de ajuda.   Fica evidente, portanto, que o suicídio é resultado de fatores sociais desarmônicos, ainda velados no cotidiano moderno. Sendo assim, escola deve investir em mecanismos de prevenção, tais como: reuniões, palestras com a comunidade escolar – pais, alunos, funcionários, promovendo oficinas e meios culturais que retratem a importância do combate ao bullying. Concomitante a isso, as escolas podem incluir o tema do suicídio na grade curricular, de modo que o assunto não seja visto como tabu. Por fim, o Governo deve ofertar vagas para a especialização em suicidologia, destinados a profissionais tanto as saúde como educação, tornando-os hábeis a lidar com o assunto.Nessa conjuntura, importantes passos serão trilhados em direção ao combate do suicídio.