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Enviada em: 26/10/2017

O psiquiatra Augusto Cury, em seu livro "O futuro da humanidade", explana que o suicida não quer tirar a própria vida, mas acabar com a sua dor intrínseca. Destarte, o suicídio, principalmente entre os jovens, passou a ser debatido com mais vigor após séries e filmes populares abordarem o assunto. Contudo, isso levantou questionamentos e críticas sobre como devem ser feitas as alegorias cinematográficas ou divulgações de notícias no combate a esse mal, além de quais caminhos seguir para tal abjetivo. Com efeito, hábitos cotidianos podem potencializar o problema.       Em primeira instância, a Organização Mundial da Saúde publicou uma cartilha de como a mídia e afins têm de lhe dar ao propagar algo sobre a problemática. Dessa forma, o intuito dela é evitar o mimetismo e sensacionalismo, visto que certos acontecimentos factuais e histórias fictícias podem causar um efeito de romantização e inspirar a atitude em quem pensa na consumação do ato. Entende-se, então, a necessidade de agir cautelosamente e fazer uma análise holística do impacto causado na sociedade por determinados meios de comunicação.       De acordo com a UNICEF, o autocídio é a segunda causa de morte entre os jovens no mundo. Esse dado está concernido diretamente às ações diárias e contínuas - como o bullying - que desestabilizam emocionalmente um indivíduo, o qual sofre silenciosamente. Nesse caso, o desenvolvimento da depressão, segundo o Dr. Drauzio Varella, acomete um sintoma característico em detrimento à vida: a idealização da morte. Consoante, a filósofa Hannah Arendt, em sua obra "Banalidade do mal", ratifica que o pior mal é aquele visto como trivial. Com essas constatações, torna-se claro que parte da sociedade ainda não se atentou completamente à causa e é ignorante quanto ao comportamento pessoal suicida.       Urge, portanto, que as medidas tomadas no âmbito preventivo referente à mídia sejam mais enfáticas, de forma que atinja substancialmente a população brasileira. Desse modo, a cartilha da OMS deve ser aderida constitucionalmente pelo Governo Federal - com atuação conjunta dos três Poderes - para induzir maior responsabilidade aos produtores de conteúdo artístico e jornalístico. Assim, não haverá margens para interpretações errôneas, a mensagem estará explicita aos jovens que precisam de ajuda e as pessoas serão melhor elucidadas a desenvolverem empatia pelo próximo.