Materiais:
Enviada em: 26/10/2017

Longe de ser novidade, a automutilação e o suicídio entre os adolescentes ganhou notoriedade nos últimos tempos com a série "Os 13 porquês" e o jogo "Baleia azul". Ocorre que jovens têm dado fim a própria vida com frequência alarmante no mundo, e o destaque dado ao assunto cumpriu certo papel social: nos meses subsequentes à veiculação da série, houve um aumento de cerca de 300% nos pedidos de ajuda para potenciais suicidas, o que evidencia a necessidade de se falar sobre o tema e derrubar tabus, a fim de prevenir esse tipo de ato extremo.        No Brasil, é preciso ter cautela ao analisar o tema: enquanto o país apresenta, entre adultos, índice de suicídios considerado baixo pela OMS - cerca de 9,7 em cada 100000 habitantes - entre os jovens a situação é diferente, sendo observado aumento de mais de 25% nos últimos 30 anos. É importante mencionar que baixos índices de IDH não parecem favorecer o suicídio: países como Suécia e Japão, em que a qualidade de vida é altíssima, possuem altas taxas. Já fatores como a incidência de depressão, a falta de oportunidades e os tabus mantidos pela sociedade, por sua vez, parecem ter função determinante no assunto.      Ocorre que o suicídio é, em sua essência, um fato social. Como elucidado há muito pelo sociólogo Émile Durkein, alterações na ordem social e a sensação de não fazer mais parte da sociedade são gatilhos para que o indivíduo tome a decisão de suicidar-se. Ao sofrimento intenso do suicida adiciona-se ainda outros fatores coletivos, como o preconceito e o tabu em relação ao assunto. Nesse sentido, menciona-se o caráter pecaminoso dado ao suicídio por diversas religiões.      Assim, pode-se concluir que o suicídio traz consigo fatores sociais, de forma que a discussão do tema com a comunidade é determinante para a prevenção. É fundamental que a sociedade seja alertada pela mídia acerca da importância de falar sobre o assunto. Além disso, compete ao Estado fornecer tratamento psiquiátrico específico para os jovens. Aos pais, por fim, cabe informar-se a respeito dos sinais e de como prevenir o ato.