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Enviada em: 27/10/2017

Álvares de Azevedo, poeta da 2ª fase do Romantismo, em seu poema ''Se eu morresse amanhã'', deixa claro seu desejo pela evasão da realidade através da morte. Embora date de séculos passados, a problemática é presente no Brasil, em função da persistência coletiva em encobrir o assunto, somado à negligência governamental.      A continuidade de uma sociedade que silencia o suicídio é o principal responsável pelo problema. Isso acontece porque, para muitos, tal fenômeno ainda é visto como tabu, motivo de vergonha ou fraqueza e proibido nas conversas familiares. Em decorrência disso, sentimentos humanos são desvalorizados e passiveis a medicação, além de interferir na busca de ajuda, pois para o sociólogo Durkheim, quanto maior o grau de solidariedade social, haverá menos probabilidade de autocídio.   Não obstante, a falta de preocupação do Estado corrobora à persistência da questão. O grande número de casos que ocorrem no Brasil denúncia a precariedade que o desafio recebe, 800 mil pessoas por ano se autodestroem, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Ademais, convém lembrar ainda, que o maior instituto de combate ao suicídio, o CVV(Centro de Valorização da Vida) é um órgão filantrópico, privado, ação da sociedade e não do Estado.    Torna-se evidente, portanto, que as escolas devem criar comissões de psicólogos que conversem não só com os adolescentes, mas com os pais também, com a finalidade de trazer a discussão à família. Faz-se mister que o Governo invista na profissionalização daqueles que tratam do autocídio, com o intuito de oferecer melhor tratamento físico e psicológico gratuito pelo SUS à população, além de atuar na promoção do CVV por meio de subsídios financeiros, a fim de prestar apoio social. Para que dessa forma, o suicídio por sua vez, fique apenas no movimento literário, e não se propague ainda mais na sociedade.