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Enviada em: 03/11/2017

No período literário do ultrarromantismo, a melancolia e o pessimismo constituíram um contexto de desesperança e desespero em que o suicídio tornou-se uma alternativa para o cessar do sentimento angustiante das personagens e autores. Fora dessa constituição centenária, o suicídio no Brasil ainda possui as mesmas motivações, que em alicerce ao fenômeno da globalização e ao crescimento das práticas intolerantes, agravou a problemática suicida no Brasil.   De acordo com o filósofo iluminista Jean Jacques Rousseau: "O homem nasce nasce e por toda parte encontra-se acorrentado". Sendo assim, é possível inferir de modo análogo ao desenvolvimento das tecnologias de comunicação, a proporcional ascendência da intolerância, do desrespeito e da difamação nesse meio, de modo que a desvalorização da ética dentro do ambiente virtual ameaçasse a harmonia social. No que tange à globalização, o fenômeno da "aldeia global" acelerou o processo de homogeneização da cultura, limitou a privacidade e acentuou as desigualdades sociais, resultando em uma superexposição pessoal, no marco do surgimento de um sentimento de vigilância constante da sociedade na vida privada e na inconformidade quanto a uma condição social.    Em uma segunda análise, é importante salientar que a fragilização física e psicológica promovem a construção de um caráter depressivo no indivíduo, que busca isolar-se da comunidade a fim de evitar uma exposição que comprometa seu sentimento de dignidade. Destarte, a sociedade brasileira insere-se em uma grave crise econômica, em que a coesão social é ameaçada pelas próprias instituições, comprometendo a harmonia e o bem-estar da comunidade. Logo, faz-se urgente a adoção de medidas preventivas que regularizem a condição coesiva que contribui para a construção de um cenário suicida.    O suicídio no Brasil, portanto, é uma problemática de cunho social, que inspirou a literatura do século XIX e novamente constitui-se como uma ameça em detrimento da globalização contemporânea. Sendo assim, medidas são necessárias para solucionar o impasse. Escolas e demais instituições educativas devem oferecer, gratuitamente, profissionais qualificados para o atendimento de jovens e crianças que necessitem de um apoio psicológico. Além disso, ONG's e instituições privadas devem, em parceria com o Ministério da Saúde, promover campanhas de atendimento psicológico em zonas periféricas a fim de atender as minorias sociais de modo qualitativo. Ademais, as mídias devem promover campanhas publicitárias para a conscientização das massas a respeito da problemática do suicídio no país a fim de que os sintomas sejam observados e mortes sejam evitadas. Talvez assim as instituições recuperem a coesão que mantém a estrutura harmônica entre os diversos setores da sociedade e o suicídio seja uma realidade decadente entre os jovens cidadãos brasileiros.