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Enviada em: 29/10/2017

No livro "O Suicídio", o sociólogo Émile Durkheim analisa que quanto maior o grau de solidariedade social, menor a probabilidade do indivíduo cometer suicídio. Contudo, nossa sociedade contemporânea vive momentos de individualismo tornando essa solidariedade cada vez menor. Nesse contexto, deve-se analisar como a escassez do diálogo sobre o tema e a pressão social influenciam na perpetuação do problema.       A carência de diálogo sobre o suicídio é um dos principais responsáveis pelo aumento de casos na sociedade atual. Embora já existam meios gratuitos de prevenção por meio de conversas, como os Centros de Valorização da Vida (CVV), esse assunto ainda é visto pela maioria como tabu. A exemplo disso é a manutenção da concepção arcaica de julgar esse diálogo como incentivador. Por consequência desse pensamento, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 90% dos casos poderiam ser solucionados caso houvessem essa oferta de ajuda.       Além disso, nota-se, que a pressão social também é responsável pelos casos de suicídio. Isso porque vivemos em uma sociedade robotizada na qual é imposta uma ditadura de felicidade. Em outras palavras, as pessoas buscam sempre ostentarem alegria para não serem excluídas de seus grupos. Por consequência, a tristeza passou a ser medicalizada, até mesmo em casos desnecessários, em busca dessa aceitação na sociedade.       Torna-se evidente, portanto, que o suicídio é um problema presente na sociedade. Em razão disso, o Governo em parceria com o Ministério da Saúde, deve oferecer atendimentos públicos com o objetivo de minimizar esse fenômeno através dos diálogos. Além disso, cabe as escolas em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Federal de Psicologia (CFP), realizar debates com a presença desses profissionais com o intuito de desconstruir padrões e assim, romper com a imposição da ditadura da felicidade. Dessa forma, o suicídio poderá deixar de fazer parte da realidade brasileira.