Materiais:
Enviada em: 30/10/2017

No início de 2017, um jogo intitulado "Baleia Azul" provocou grande repercussão e espanto na sociedade, entretanto, o que mais preocupou a população não foi o regulamento perigoso do jogo, mas sim a quantidade de jovens que aderiram à "brincadeira" suicida. Este cenário revelou a crescente incidência do suicídio entre os jovens e, também, foi responsável por evidenciar o quanto a sociedade, famílias e escolas estão despreparadas para intervir em situações de ideação suicida.    Há no Brasil, um crescimento no índice de suicídios dos jovens entre 10 a 19 anos. Isso porque, em sua maioria, os casos de suicídio estão intimamente ligados ao bullying, fato que permeia diversas escolas brasileiras. Dessa forma, ao estar imerso em um ambiente desconfortável e repleto de brincadeiras de mau gosto, o jovem tende a se isolar de todos, o que dificulta a compreensão dos professores em relação aos problemas que o aluno está enfrentando em decorrência da exposição ao assédio constante de seus colegas.    Outrossim, ainda aliado ao bullying, o processo do suicídio se intensifica quando não há apoio e compreensão por parte da família. Geralmente, o individuo que cogita o suicídio emite, ao menos uma vez, um alerta sobre suas intenções aos seus familiares, entretanto, tal alerta é ignorado, visto que, geralmente, é associado ao período da adolescência e as alterações de humor provocadas por essa fase. Destarte, ao ver-se incompreendido e isolado, o jovem consuma o suicídio egoísta, defendido pelo sociólogo Durkheim, momento no qual o individuo não se sente pertencente à sociedade.    É evidente, portanto, que não ha informação e orientação suficiente sobre o assunto para a sociedade brasileira, que ainda trata o suicídio como um tabu. Logo, é imprescindível que o Ministério da Educação passe a investir em uma melhor preparação dos professores, através de palestras referentes ao assunto, apresentando formas de reconhecer o problema e solucioná-lo, para que estes lidem mais facilmente com o problema e sejam capazes de diagnosticar traços suicidas em seus alunos, tornando possível o contato com os familiares, que também devem ser melhor instruídos através de campanhas televisionadas, por exemplo. Esta relação permitirá o direcionamento para um tratamento eficiente do jovem e assim, ao conscientizar cada vez mais a população, será possível evitar a reincidência de  casos de suicídio no país, preservando a vida da juventude brasileira.