Materiais:
Enviada em: 31/10/2017

O romance "Os sofrimentos do jovem Werther" do escritor alemão Johan Wolfgang Von Goethe culmina em suicídio por parte do protagonista e após sua primeira publicação, em 1774, uma série de suicídios foram observados. O sociólogo David Phillips estudou a repercussão causada pelo livro e a intitulou "Efeito Werther". Após esse estudo social o assunto passou a ser pouco noticiado, para evitar o incentivo ao ato. No entanto, o ano de 2017 trouxe à tona a discussão e demonstrou que falar sobre é sim importante para prevenir o suicídio.          Por muitos anos o tema não foi tratado com detalhes pelas mídias. Incentivados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) os meios de comunicação seguem orientações do que não fazer em casos em que o suicídio precisa ser noticiado. Essas regras estão no "Manual para profissionais da Mídia" e deixam claro que não se deve informar os detalhes do método utilizado pelo indivíduo para tirar a própria vida. Contudo, a série do Netflix "13 Reasons Why" ,que estreou em março de 2017, mostrou a cena do suicídio de Hannah Baker, protagonista da produção americana, em detalhes e por essa atitude seus produtores foram amplamente criticados.             Mesmo sendo alvo de críticas, o seriado incentivou pessoas a buscarem ajuda em razão da identificação com os sentimentos vividos pela personagem principal. Segundo notícia vinculada ao jornal online O globo, os pedidos de ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV) aumentaram expressivamente após a estréia da série. Os números mostram a importância de falar sobre o assunto para ajudar a prevenção da efetivação de uma atitude extrema.           Portanto, é indubitável a necessidade de debates nos meios de comunicação acerca do tema, porém é necessário que o Ministério das Comunicações busque estratégias para abordar o assunto de modo a prevenir e não incentivar. Um programa chamado "Razões para Lutar" pode ser implementado em parceria do Ministério supracitado com o financiamento do Ministério da Saúde. Com duração de 15 minutos durante o programa "Hora do Brasil" nas rádios brasileiras, esse projeto pode ser apresentado por profissionais capacitados para falar sobre o assunto, ou seja, psiquiatras, psicólogos, neurologistas, bem como convidados que tentaram tirar a própria vida e estão dispostos a falar sobre o arrependimento que sentiram.         A discussão pode ajudar familiares que não sabem como tratar o assunto com seus entes queridos que vêm apresentando bruscas mudanças de comportamento, pensamentos e falas suicidas.