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Enviada em: 30/10/2017

Em análise à segunda fase do romantismo brasileiro, movimento literário do século XIX e caracterizado pelo escapismo da vida do eu lírico, infere-se que o suicídio é tido como solução para os problemas sociais e emocionais enfrentados. Tal necessidade de fuga, em decorrência da não adaptabilidade das pessoas aos processos de mudança atuais, torna o autocídio um problema de saúde pública que necessita de atenção especial.   Essas constantes alterações cotidianas existem desde os primórdios, tendo sido, inclusive, objeto de reflexão para filósofos, como Heráclito de Éfeso, que defendia o estado de fluxo, em que tudo no universo estava em  ininterrupta mudança. No entanto, o ritmo capitalista acentua demasiadamente e torna nocivo esse processo, uma vez que altera rapidamente as relações interpessoais, à medida que busca transformar os integrantes da sociedade em máquinas a seu serviço.  Como consequência desse ambiente frenético, instaura-se uma desordem social, que leva indivíduos a optarem pela autoquíria como forma de libertação. Segundo Émile Durkheim, importante sociólogo francês, a anomia, conceito expresso em seu livro "O suicídio" e entendido como uma instabilidade social, leva à escolha pela morte, situação definida por ele, nesse caso, como suicídio anômico.   Além disso, a falta de habilidade das pessoas em lidar com que possui comportamentos suicidas, gerado pelo escasso número de debates em sociedade acerca do tema, é responsável por permitir o crescimento do número de casos. Alguns deles, como a recente morte de Chester Bennington, vocalista da banda Linkin Park, causam um surto de discussões, mas logo são atenuadas e voltam ao esquecimento.   Faz-se mister, portanto, a ação de ONGs na criação de grupos de apoio para indivíduos com comportamento suicida, que, através do contato com pessoas em situação semelhante e profissionais qualificados, enfrentarão os problemas de forma mais tranquila, o que proporcionará uma redução dos casos de suicídio. Outrossim, é imprescindível a atuação das mídias, por meio de campanhas publicitárias e telenovelas, no instigamento de debates públicos sobre tal temática, a fim de quebrar o tabu e proporcionar comportamento mais consciente da população com quem tenha atitudes escapistas.