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Enviada em: 02/11/2017

Émile Durkheim, em seu livro "O Suicídio", aborda o tema polêmico afirmando este ser não apenas um fato individual, mas, primordialmente, um fato social. Dessa forma, é indiscutível que o problema do suicídio entre jovens no Brasil requer medidas urgentes de setores da sociedade. Isso pode ser evidenciado tanto por atitudes de ódio e intolerância direcionadas às vítimas, como pelo frágil acompanhamento dado pelas famílias aos filhos.    Nesse sentido, a série de TV "Os 13 Porquês" retrata a vida de Hannah Baker, uma jovem que passa, ao longo de sua vida, por diversos tipos de abusos e humilhações - físicas e psicológicas -, culminando com seu suicídio, aos 17 anos. Assim, a situação, apesar de fictícia, representa a realidade de muitos brasileiros, refletindo nos dados do Mapa da Violência 2017, que exibem um crescimento de 10% em 12 anos, dos casos de suicídio entre jovens no país. Desse modo, fica claro que ações de agressão e desrespeito - o bullying - contribuem fortemente para o surgimento de transtornos mentais nas vítimas, como a depressão de Hannah, logo, confirmando a teoria de Durkheim.    Segundo os sociólogos Theodor Adorno e Max Horkheimer, a Indústria Cultural é representada pelos meios de comunicação e possui forte papel influenciador na sociedade contemporânea. Sendo assim, é notória a frágil participação da mídia no que diz respeito à disseminação da importância de um bom acompanhamento familiar à vida dos jovens, sendo que muitos pais, por conta do tabu construído, se recusam a consultarem seus filhos com psicólogos, por exemplo. Ademais, a educação é primordial nesse caso, no entanto, muitas escolas públicas não realizam campanhas contra o bullying, impedindo a prevenção da problemática.    Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. O Ministério das Comunicações deve exigir uma programação maior dos meios midiáticos - através da criação de propagandas televisivas e novelas - voltada para a importância de acompanhar os jovens de perto, estimulando as famílias a dialogar mais com os filhos e a levá-los a consultas com psicólogos ou psiquiatras, quando necessário. Outrossim, a escola deve realizar palestras, debates e seminários - com iniciativa do MEC - que mostrem aos alunos a necessidade de tratar bem os colegas. Além disso, psicólogos especializados devem ser introduzidos nos colégios a fim de garantir a saúde mental dos estudantes. Dessa forma, talvez, o bullying, a depressão, e, por conseguinte, o suicídio, possam ser prevenidos, permitindo o bem estar da juventude brasileira.