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Enviada em: 31/10/2017

"Vivemos em tempos líquidos". A relação de liquidez proposta pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, remete diretamente ao conceito das interações humanas no século XXI, nas quais trata-se de maneira superficial ao próximo. Com os avanços das tecnologias e da internet, esconder-se atrás de figuras anônimas garante, de certa forma, a invisibilidade necessária para práticas como o Bullying, grande colaborador para o suicídio no Brasil e no mundo.       Primeiramente, cabe destacar as questões emocionais nas quais os jovens estão inseridos no cenário nacional. O médico psiquiatra Augusto Cury, em seu livro "O vendedor de sonhos", traz à tona a crise existencial presente no ser humano desde a sua concepção, revelando a pressão imposta pela sociedade em busca de respostas para suas angústias. Diante disso, o jovem acaba imerso em um isolamento do mundo real em uma tentativa de autoaceitação, entregando-se muita vezes à depressão.       Cabe ressaltar, também, os tabus enfrentados no combate ao suicídio no país. Jovens que tiram a própria vida estão entre a segunda maior causa de mortes no Brasil, perdendo apenas para acidentes de trânsito, números esses que crescem exponencialmente a cada ano. Ademais, a negligência por parte das escolas em relatar casos de depressão e transtornos emocionais só corrobora para que as estatísticas se comprovem, levando a perdas irreparáveis.       Faz-se evidente, portanto, a urgência de alteração desse cenário a fim de mitigar os casos de suicídio no Brasil. Nesse sentido, as escolas públicas e privadas com o apoio do Governo Federal devem promover a inserção de psicólogos nas salas de aula, com palestras e atividades educativas voltadas para a prevenção do suicídio a fim de promover a conscientização. Atrelado a isso, a família deve se fazer presente nas questões sociais dos filhos, realizando diálogos engajados em casa. Desse modo, poderemos começar a mudar a realidade descrita por Bauman e construir um novo futuro.