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Enviada em: 31/10/2017

No início de 2017, um tema pouco usual ganhou espaço nas redes sociais: o suicídio entre adolescentes. A polêmica surgiu após o sucesso da série norte americana "13 Reasons Why", em que a personagem central descreve as causas de sua morte, sendo a sociedade fundamental para sua decisão. Infelizmente,  no Brasil, a realidade é semelhante à ficção, e o aumento de casos de suicídio mostra a urgência na busca de alternativas para sua prevenção entre jovens no país.     Em primeiro plano, é importante compreender a ligação entre vítima e sociedade. Segundo Durkheim, o suicídio não é produto de um ato individual, mas sim resultante de ações coletivas.  Assim como na série, é abordada no século XIX pelo sociólogo, a influência que o sentimento de deslocamento tem sobre o suicida, situação que pode ser observada atualmente por meio do bullying, frequentemente praticado por crianças e adolescentes, seja virtualmente ou até mesmo no âmbito escolar,  o que gera enorme preocupação.      Tendo isso em vista, deve-se questionar a forma com que as autoridades estão lidando com esse impasse. Entre os caminhos para combater ações suicidas, principalmente relacionado à adolecentes, incluí-se o debate responsável sobre esse assunto. Entretanto, apesar de sua dimensão, ele não é levantado pelo Estado na medida desejada. Isso porque, manter o suicídio como tabu, sustenta a falsa idéia de que ele é um problema puramente privado, afastando o governo de uma de suas maiores responsabilidades que é assegurar o direito à vida.    Evidência-se, portanto,  a urgência de ações políticas para que a conduta social seja modificada. Entendendo o bullying, entre outras formas de exclusão, como causas potenciais do suicídio, o Estado deve fazer o combate investindo na criação de ambientes físicos específicos para acolher as vítimas, assim como oferecer apoio psicológico dentro das escolas, expandindo as possibilidades de previnir e reverter essa triste realidade.