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Enviada em: 02/11/2017

O escritor brasileiro Augusto Cury, ao dizer que quem comete atos de suicídio não quer matar a vida, mas sim a sua dor, revela como esse é um sério problema social e de saúde pública. Assim, como o Brasil ocupa o 8º lugar no ranking mundial de suicídios e são inúmeros fatores que podem culminar em tal consequência, indo desde o bullying e a angústia, até à depressão e as demais doenças da mente, é um tema que deve ser discutido.        Nesse contexto, pode-se inferir que esse tema é tratado como um TABU pela população brasileira e o suicídio entre adolescentes vem crescendo nos últimos anos, sendo que o jogo “Baleia Azul”, surgido na Rússia em 2015, e a série “13 reasons why”, que conta a história de uma adolescente que comete suicídio e grava fitas explicando os por quês que levaram ela a fazer isso, geraram inúmeras polêmicas. No entanto, a maioria das pessoas que pretendem cometer tal ato, deixam pistas perceptíveis e pesquisas mostram que grande parte dos suicídios podem ser evitados com tratamentos específicos, além do entendimento de que é um problema da mente e pode ser tratado.        Outro fator existente é que, o sociólogo Durkheim ao escrever sobre o suicídio, desmitifica o ato como uma importunação individual, caracterizando-o como resultado de fatores sociais. Nota-se que na história do Brasil o presidente Vargas ao cometer suicídio, o faz devido a “forças ocultas”, mostrando como a influência social está presente no ato. Ademais, os idosos são os que mais suicidam, o que pode ser associado à condição física, tristeza e ao abandono. Assim, para Pascal, todos os homens buscam a felicidade, até mesmo os que vão se se enforcar, sendo que essa busca justifica tal ato.        Ainda convém lembra que muitas pessoas suicidam por amor. Isso pode ser evidenciado na literatura de Shakespeare, onde Romeu comete tal ato após descobrir que sua amada, Julieta, está morta e na de Goethe, em que o protagonista Werther encontra no suicídio uma forma de se livrar das dores de um amor não correspondido. Assim, as influências literárias incentivam atos reais e, a partir delas, teve-se o surgimento de conceitos psicológicos, como “Efeito Werther”, já que no século XVIII parte do público jovem da obra de Goethe, passou a ver a morte como uma forma de libertação.        Sendo assim, o Ministério da Saúde deve garantir que haja atendimento psicológico público em todas as cidades, através da contratação de profissionais específicos. Em adição, ONG’s podem ser criadas para garantir que o suicídio deixe de ser um TABU e passe a ser tratado como um problema de saúde pública, por meio de palestras populares. Por último, as escolas podem promover campanhas de prevenção ao suicídio, através de projetos pedagógicos, que devem ser feitos de forma recorrente, para que os alunos percebam que podem curar o que os aflige. Só assim o número de suicídios se reduzirá.