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Enviada em: 31/10/2017

Onde está a nossa cultura? Segundo o psicólogo e escritor brasileiro Augusto Cury, a pessoa que comete suicídio não está procurando um fim para sua vida mas sim para a sua dor. Tendo em vista essa afirmação, evidencia-se algo que passa desapercebido pela maioria dos brasileiros: O suicídio entre jovens indígenas alcança números maiores do que os atos contra a própria vida realizados por jovens negros, brancos ou pardos, segundo informa o portal de notícias “Brasil de Fato”.  Se por um lado há uma série de estudos realizados e publicados pela Organização das Nações Unidas no ano de 2009 afirmando que definitivamente a colonização traumática,a perda das formas tradicionais de vida e a marginalização como os principais causadores dos atentados, por outro há uma bancada ruralista que em defesa da expansão do agronegócio critica a demarcação territorial indígena, indo contra a própria Constituição Federal de 1988 que considerava como obrigação do Estado a conservação das terras aos primeiros nativos.  Outrossim, a Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais classificou o problema como uma pandemia, termo que resigna um alto índice de mortes em massa. Segundo dados de estudo da universidade, 100% das mortes ocorreram na faixa dos 10 aos 19 anos. Dentro dessa lógica, é notável perceber que, uma vez tendo mais acesso à programas de ajuda como o Centro de Valorização da Vida em que a população entra em contato ligando para o número 141, grande parte do suicídio precoce poderia ser evitado, convergindo com a fala do presidente do centro que em entrevista à revista Galileu, citou a possibilidade de 90% dos casos poderem ser evitados a partir dos mais diferentes tipos de ajuda.  Sendo assim, investimentos nos órgãos responsáveis pela preservação indígena como a FUNAI são necessários para manter aquilo que restou de mais importante não apenas aos índios mas como para nós brasileiros: a preservação da cultura dos nossos primeiros nativos. O governo em conjunto com psicólogos e médicos garantiriam investimentos e monitoramentos da saúde física e mental não apenas dos jovens mas como da tribo que sofre com a desnutrição como um dos problemas. Investimentos nas áreas de produção cultural e visual nacional para desmitificar aquela visão idealizada indígena empregada na maioria das imagens também é fundamental para informar a sociedade a respeito da verdadeira identidade. Como uma das instituições mais importantes da formação de seres pensantes, a escola também é capaz de instruir alunos a se tornarem brasileiros mais conscientes e humanos, servindo como etapa fundamental na criação de indivíduos engajados com as diversas causas sociais.