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Enviada em: 31/10/2017

“Eu tenho medo de lutar,eu tenho medo de apanhar e perder. Entretanto, tenho mais medo de sobreviver como um inválido,a morrer lutando.” A célebre frase do artista marcial Masutasu Oyama faz alusão à cultura do seppuku samurai, e exemplifica uma das três facetas do suicídio: o suicídio altruísta. Segundo Durkheim há outros dois tipos: O anômico e o egoísta. Essa última faceta vem crescendo junto com a modernidade,que faz com que crises de ansiedade e depressão aumente expressivamente em número.    O suicídio sendo entendido como fato social e multifacetado faz com que argumentos falaciosos,que defendem que o ato de tirar a vida ocorre por fraqueza da vítima,sejam refutados. Os três tipos de suicídio tem fundo social e características particulares. O anômico ocorre quando as estruturas sociais são severamente abaladas, foi notado em larga escala na crise de 29. O altruísta possui uma espécie de permissão social,e pode-se exemplificar com o seppuku dos samurais,ato no qual a morte é uma alternativa à desonra. Já o suicídio egoísta ocorre diante da sensação de não pertencimento ao grupo social, por isso vem aumentando com a modernidade e com a diminuição das relações interpessoais.    A depressão de fato possui causas genéticas, mas segundo Aristóteles somos seres social,então é coerente que a sociedade influencie diretamente na causa,no tratamento e no diagnóstico. O isolamento social é uma das principais causas do suicídio e da depressão ,consequentemente no Brasil a faixa etária com maior índice de suicídio é a dos idosos, que é também a parte da vida na qual a população é mais negligenciada até mesmo pela própria família. O preconceito com medicamentos psiquiátricos é outro personagem importante na piora das doenças da mente. Muitos não fazem uso – mesmo com clara necessidade e diagnóstico – por medo de serem taxados de loucos ou por acreditarem que terão suas personalidades totalmente alteradas. Essa negligência gerada pela sociedade muitas vezes faz com que os casos se agravem e culminem no suicídio.    Em síntese,nota-se que tanto o aumento de casos de depressão quanto a negligência dos mesmos têm raízes sociais,raízes essas regadas pela ignorância do povo. É imperativo que que os educadores exponham aos alunos,por meio de discussões,livros e filmes sobre o tema, a questão do suicídio e das doenças psiquiátricas. Dessa forma estaremos caminhando rumo a uma sociedade mais preparada e acolhedora para todos, afinal não há quem esteja isento de contrair o grande mal do século XXI.