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Enviada em: 01/11/2017

Desde as tragédias gregas, assim como nas peças de Shakespeare, o suicídio está presente na sociedade. Essa "epidemia silenciosa", vista pela Organização Mundial de Saúde como um problema de saúde pública, tem aumentado entre os jovens brasileiros, uma vez que os tabus existentes em torno das doenças psiquiátricas e a não identificação destas e dos fatores de risco pelos médicos generalistas dificultam a prevenção.        No final do século XVIII, com a publicação do romance " Os sofrimentos do jovem Werther", de Goethe, uma "onda" de suicídios ocorreu na Alemanha e na Europa. Por esta razão, existe a crença de que  falar sobre esse tema pode incitar a ocorrência de mais atos suicidas. Consoante a isso, a história da psiquiatria com os doentes sendo internados em manicômios e submetidos a tratamentos desumanos, provoca resistência à busca por ajuda, assim como a rotulação de "loucura" e fraqueza".         Outrossim, de acordo com o Mapa da Violência de 2014, o número de suicídios entre jovens de 15 a 29 anos teve aumento superior a 30% do ano de 2002 a 2012. Segundo a cartilha "Suicídio: informar para prevenir", da Associação Brasileira de Psiquiatria, estima-se que em 50% dos suicídios, as pessoas foram a uma consulta médica em algum momento no período de seis meses que antecederam  a morte. Isso evidencia que a prevenção deve ser observada em todos os âmbitos do sistema de saúde, não só na esfera da saúde mental, assim como nos círculos sociais.        Fica evidente, portanto, que a prevenção do suicídio requer esforço conjunto, tanto da sociedade, quanto do governo, das escolas e das entidades médicas. Dessa forma, politicas públicas de conscientização social, acerca dos transtornos mentais e dos fatores de risco, devem ser levadas à comunidade através da escola e das mídias sociais, para que o medo de ir a um profissional de saúde mental seja desconstruído.  Ademais, é necessária a realização de programas de treinamento dos médicos generalistas, para melhor detecção dos fatores de risco e assim levar a um diagnóstico, tratamento e à prevenção dessa "epidemia".