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Enviada em: 04/11/2017

Os sofrimentos do jovem Werther, romance epistolar de Goethe, apresenta a história de um jovem que comete suicídio após ser rejeitado por sua amada, no entanto, uma onda de suicídios, supostamente influenciada pela obra, originou o que se chama Efeito Werther. Hodiernamente, o referido termo caracteriza o número de mortes decorrentes de um suicídio é midiatizado e tal questão é cada vez mais crescente no Brasil. Devido a isso, e por se tratar de um problema de saúde pública, medidas a este respeito fazem-se necessárias.     Em uma primeira análise, apesar de considerado um tabu, a discussão sobre o suicídio é necessária, considerando que o número de mortes por este fato cresceu em 12% nos últimos anos, segundo o Ministério da Saúde. Neste âmbito, Arthur Schopenhauer, conhecido como o filósofo da vontade,afirma que o homem age por forças que fogem ao seu controle e, por este motivo, observa-se que o suicida pode não ter consciência do seu ato. Sob esta perspectiva, vale salientar que, em muitos casos, o ato de tirar a própria vida poderia ser evitado, caso uma força contrária impedisse este ato de desespero.     Desse modo, sabendo que as causam que levam ao cometimento do suicídio são relacionadas ao alívio da pressão externa, como depressão, fracasso, humilhação, entre outras, cabe pontuar que o ato poderia ser evitado se o indivíduo dispusesse de ajuda preventiva. Neste sentido, considerando-se a Carta Magna de 1988, a saúde é direito de todos e dever do Estado e, portanto, cabe ao Governo discutir as diretrizes que devem ser seguidas em relação a esta questão. Por outro lado, o jogo Baleia Azul, que estabelece 50 desafios por dia e culminam com o suicídio do participante, trouxe a tona a importância da participação da família na vida do adolescente, visto que por meio do diálogo, do cuidado e do controle do que fazem, principalmente na internet, mortes seriam evitadas e jogos desse tipo não seriam tão disseminados.     Destarte, considerando o suicídio uma epidemia social, providências urgentes devem ser tomadas a este respeito. Neste sentido, Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, precisa engajar-se ainda mais  em campanhas midiáticas acerca do da prevenção do suicídio, bem como reestruturar os centros de atenção psicossocial, a fim de que pessoas com tendências suicidas tenham acesso ao tratamento adequado. Além disso, em parceria com o Ministério da Educação, promover palestras nas escolas a fim de tratar o assunto abertamente com alunos. Ademais, faz-se necessária a intervenção da família, que possui ferramentas suficientes para identificar nos filhos, comportamentos que podem levar ao suicídio. Desta maneira, será possível combater as forças que fogem ao controle do ser humano, como Schopenhauer afirmou, a fim de evitar que vidas se percam pelo suicídio.