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Enviada em: 02/11/2017

A série norte-americana Thirteen Reasons Why gira em torno de uma garota que comete suicídio e dos acontecimentos e pessoas que a levaram ao ato. Fora da trama, infelizmente, o suicídio entre jovens é uma realidade crescente e alarmante. Isso se evidencia não só pelos problemas pelos quais passam as pessoas que decidem dar cabo de sua vida, como também, pela falta de discussão sobre e de amparo aos que sofrem por parte da sociedade.       O suicídio entre jovens pode ser comparado à uma rocha sedimentar, pois é resultado de um processo longo e gradual do agrupamento de diversos fragmentos de infelicidades como o assédio sofrido na escola; o bullying; o cyberbullying(agressões morais sofridas na internet); o sentimento de incapacidade, solidão e/ou depressão.     Segundo Robert Gilbert Paris Junior, "cerca de 90% dos casos de suicídio são evitáveis", entretanto a maioria dos problemas supracitados são vistos pelo tecido social como "característicos da fase", sem perceber que esses problemas podem ter efeitos catastróficos no emocional de alguns adolescentes e jovens. O que faz com que a conversa sobre suicídio seja quase inexistente no âmbito familiar e escolar, criando-se um tabu em volta da temática e consolidando-se a rocha do suicídio.       Por mais que o suicídio entre jovens já esteja sendo considerado um problema de saúde pública e, o Brasil seja o 8° no ranking mundial em ocorrências, é quase imperceptível o número de iniciativas para a erradicação do problema por parte do Estado como, por exemplo, profissionais nas escolas habilitados e capacitados para identificar e lidar com jovens que possam estar pensando no suicídio como escapatória de algum problema e formas para aumentar as discussões a respeito do tema.        Sendo assim, cabe ao Estado, na figura do Ministério da Educação, formular normas que obriguem as escolas a disporem de profissionais como psicólogos e pedagogos focados em desenvolver debates sobre suicídio, suas causas e "sintomas", assim como cartazes e panfletos que disseminem mensagens de apoio àqueles que podem estar passando por problemas ditos "motivantes" do suicídio e sessões com psicólogos à disposição dos estudantes que queiram conversar sobre problemas pelos quais estão passando. Além disso, devem convocar reuniões com os pais para que esses se conscientizem sobre o problema e busquem um maior diálogo com seus filhos, assim será possível aumentar discussões a respeito, diminuindo ocorrências, acabando com o tabu e a rocha em torno do suicídio.