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Enviada em: 03/11/2017

O Brasil contemporâneo enfrenta graves crises na política e economia, entretanto, outra grande preocupação ganha destaque: o aumento de suicídio entre os jovens. O notável crescimento do índice de vítimas dessa prática atraiu olhares da sociedade para esse problema, que apesar de não ser recente, agravou-se nos dias atuais, como consequência das crises do país, além de fatores como a depressão e a falta de empatia nas relações interpessoais com a chegada da contemporaneidade. Dessa forma, é necessária uma cooperação entre sociedade e Estado para obter-se uma solução.    Há alguns anos, era comum ignorar os comportamentos e casos suicidas, visto que havia predominância de um pensamento oriundo da Idade Média, que declarava como uma prática errada por transgredir o mandamento divino "Não Matarás". Contudo, a realidade vivida hoje é amplamente compartilhada, tendo em vista o advento e popularidade das redes sociais, permitindo maior conhecimento acerca do suicídio e da vida alheia. Ainda assim, mesmo que os indivíduos tenham conhecimento sobre esse cenário, as relações interpessoais estão cada vez mais ausentes e antipáticas, conforme a teoria da modernidade líquida de Bauman, a qual propõe o individualismo e a efemeridade das relações entre os indivíduos formadores da sociedade contemporânea.    Além disso, a conjuntura nacional é desanimadora para qualquer cidadão brasileiro. O alto desemprego, a corrupção e o retrocesso econômico, são fatores que assim como a antipatia das relações, agravam essa problemática, dado que dificultam a vida dos indivíduos de tal modo, que muitos buscam o suicídio como solução. Ademais, os jovens brasileiros estão mais presentes nessa realidade, já que há a prática de bullying, muito bem representada pela série "Os 13 Porquês", como também a pressão dos vestibulares, inaceitação da sexualidade e incerteza do futuro, motivos que podem ter contribuído para um aumento de 10% no índice de suicídio entre jovens de 15 e 29 anos, segundo o Ministério da Saúde.    Por tudo isso, é preciso que a sociedade e o Estado atuem juntos para a resolução desse problema. Por um lado, o Governo deve disponibilizar atendimento psicológico em hospitais públicos e ampliar o número de ouvidorias, através de investimentos financeiros, a fim de que essas instituições consigam contratar mais profissionas da Psicologia e Psquiatria e então, atender ao maior número possível de pessoas que necessitam de ajuda. Por outro lado, a sociedade deve ser mais empática, de maneira que haja maior ajuda, valorização e respeito ao próximo. Quem sabe assim, o Brasil consiga reverter a situação do suicídio.