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Enviada em: 03/11/2017

Em 2017, o suicídio de duas grandes personalidades da música mundial reacendeu a discussão sobre esse tema. Ademais, a popularização da série 13 Reasons Why, que relata as angústias de uma jovem suicida, é um convite à reflexão sobre um fato preocupante: segundo o mapa da violência, o suicídio entre os jovens aumentou 40% entre 2004 e 2014. Diante disso, a prevenção do suicídio é entre os jovens é urgente e passa necessariamente pelo reforço dos laços sociais do jovem e pela atenção constante dos pais e responsáveis aos fatores de risco do suicídio.     Em primeiro lugar, de acordo com Aristóteles, o ser humano é um ser social. Assim, enfraquecido o sentimento de comunidade, sua existência perde o sentido. Por isso, o combate ao suicídio nessa faixa etária exige a superação de algumas problemáticas sociais comuns à juventude. Situações como o bullying, o isolamento social, a rejeição pela não adequação de padrões estéticos ou até mesmo a pobreza sinalizam uma desarticulação das redes de solidariedade e apoio do jovem e aumentam a propensão à depressão que, por sua vez, é um fator de risco para o suicídio.    Por outro lado, segundo o Centro de Valorização da Vida (CVV), 90% dos suicídios são evitáveis. Logo, é importante que os pais e responsáveis pelo jovem estejam atentos a determinados sinais que alertam para uma tentativa de suicídio iminente, tais como frases que expressam desejo de morte, mudanças bruscas de comportamento, queda no rendimento escolar e desmotivação, dispondo-se a conversar e solidarizar-se com o sofrimento do jovem.     Contudo, conforme aponta Zygmunt Bauman, o individualismo e a superficialidade são características das relações humanas na contemporaneidade, o que dificulta o surgimento de discussões mais profundas inerentes ao tema.    Por fim, é importante que o Ministério da Saúde inclua mais psicólogos nas Unidades Básicas de Saúde, a fim de fornecer apoio emocional aos jovens. Do mesmo modo, as prefeituras devem construir mais espaços de socialização, tais como praças quadras esportivas entre outros, com o intuito de promover a integração do jovem com a sociedade, e assim, fazer com que este sinta-se amparado e socialmente inserido. Ademais, é importante que o Governo Federal amplie o acesso aos serviços de prevenção ao suicídio, tais como o já citado CVV, e também divulgue amplamente as informações sobre os cuidados acerca das maneiras de evitá-lo. Isso pode ser feito por meio de campanhas publicitárias a serem veiculadas pelas mídias mais populares ou, na figura do Ministério da Educação, através de palestras no espaço escolar. Isso seria um meio importante de conscientizar a população sobre essa problemática.