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Enviada em: 03/11/2017

Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, em sua obra "Em busca da política", nenhum país que esquece a arte de questionar pode esperar por respostas para as adversidades que o afligem. Nessa perspectiva, torna-se passíveis de discussão os problemas enfrentados, hoje, pela sociedade brasileira no que tange o suicídio entre os jovens. Logo, poder público e coletividade devem unir forças objetivando combater esse problema social.                  A princípio, vale ressaltar que o Brasil vem lutando contra tabus, o qual baseia-se na ideia de ideários antigos causadores de problemáticas como preconceito que se manifestam silenciosamente  e são vivenciados desde a Colonização. A partir disso, anualmente o número de jovens que cometem autocídio vem ganhando destaque de forma constantemente lenta entre pessoas de 15 a 29 anos, visto que, por diversos fatores, as pessoas constituintes desse grupo encontram a morte como resolução para seus problemas de forma a eliminar a sensação de estar sem saída. Prova disso, a variação dos índices de suicídio entre 1980 e 2014 nos jovens brasileiros foi de aproximadamente 30% por 100 mil habitantes, segundo o site BBC Brasil, número alteroso para um país tão populoso.                   Ainda fazendo uso da sociologia baumaniana, o indivíduo vive, hoje, em um mundo volátil, o que caracterizou a obra "Modernidade Líquida". Essa nova modernidade tem como principal perfil o individualismo humano e, por conseguinte, a dificuldade de compreender a necessidade da atuação coletiva entre instituições públicas e sociedade civil para conquistar a conscientização sobre o suicídio e disseminar estratégias de prevenção, já que a falta de abordagem sobre o autocídio desencadeia situações degradantes à integridade humana. Dentre várias situações, destaca-se o bullying nas escolas, o qual baseia-se em humilhação e violência psicológica sendo considerado pelos atuantes como ato de brincar, porém, essa "brincadeira de criança" leva à morte de 3000 crianças por ano na nação brasileira, de acordo com o Sistema de Informações de Mortalidade, SIM.                   Urge, portanto, que medidas devem ser tomadas com vista à prevenir o suicídio entre os jovens brasileiros. Para tanto, o Ministério da Saúde em parceria com a mídia deve investir em propagandas que aumentem o esclarecimento sobre as causas do autocídio, tais como transtornos mentais e sociais e promova tratamentos psicológicos e físicos gratuitos em amplo território nacional para pessoas que planejam se matar. Ademais, Associações de pais, jovens e educadores devem se mobilizar em movimentos sociais nos locais públicos no intuito de apoiar uma maior abordagem sobre o suicídio em palestras comunitárias e escolares. Desse modo, observada uma ação conjunta entre instituições públicas e sociedade civil, a nação dará passos mais firmes na direção de um futuro melhor.