Materiais:
Enviada em: 17/06/2019

A Constituição Federal 1988 - ordem de maior hierarquia no sistema judiciário brasileiro - assegura a todos a saúde, a vida, a dignidade e a segurança. Conquanto, o alto número de suicídios entre os jovens na nação tupiniquim impede que esses direitos sejam exercidos na prática por essa parcela populacional. Nessa perspectiva, cabe avaliar os fatores que favorecem essa inercial problemática.      Primeiramente, vale salientar que a gênese da questão é social. A fragilidade das relações humanas, cada vez mais superficiais, retratada no livro Modernidade Líquida do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, dificulta que muitos jovens encontrem  amparo  em estruturas sociais. Isso causa a sensação de falta de pertencimento a um grupo e, consequentemente,  a solidão e a desesperança.         Faz-se mister, ainda, salientar o bullying, os transtornos mentais, o estresse contínuo,o abuso de substâncias químicas lícitas e ilícitas, além de mitos envolvendo pessoas que comentem suicídio, como fatores que aumentam a probabilidade de um indivíduo retirar a própria vida.  Ademais, o pudor de se dialogar sobre o assunto de modo aberto na sociedade, por se tratar de um tabu e necessitar de uma abordagem delicada, dificulta que as pessoas saibam identificar e ajudar quem necessita, motivando a perpetuação de casos como o da personagem Hannah Baker, do livro os 13 Porquês.         Destarte, medidas são necessárias para a resolução desse impasse. De acordo com Immanuel Kant, filósofo prussiano, " O ser humano é aquilo que a educação faz dele". Em consonância a esse ideário, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Saúde, por meio de campanhas publicitárias, veiculadas nas redes sociais e em mídias televisivas de grande impacto, como Globo e Record, eduque o cidadão brasileiro sobre reconhecer e auxiliar jovens propensos a se suicidar na busca de ajuda médica e profissional. Ademais, urge que pais e responsáveis criem vínculos afetivos mais fortes com seus protegidos e incentivem a socialização desses por meios de vários tipos de atividades, como religiosas, esportivas, educacionais e culturais. Dessa maneira, o Brasil poderá superar esse distúrbio, que deixará de ser tema de obras como a música Pais e Filho, de Legião Urbana.