Materiais:
Enviada em: 17/02/2018

Em sua carta de despedida, a adolescente transexual americana Leelah, que tirou a própria vida, fez um apelo "consertem o mundo". Analogamente, a questão do suicídio no Brasil torna-se estarrecedora, visto que, segundo o mapa da violência, todo dia 28 pessoas tiram suas próprias vidas no país. Destarte, é imperioso analisar fatores familiares aliados a condições socioculturais para uma possível resolução desse mal moderno.         Precipuamente, a consolidação do capitalismo tornou as jornadas de trabalho mais longas e inseriu a mulher no mercado trabalhista, o que implicou no declínio das relações familiares. Consequentemente, o distanciamento colaborou substancialmente para o desconhecimento dos pais acerca das questões e dilemas dos filhos, que em alguns casos, confundem a perigosa depressão com meros problemas da adolescência. De acordo com Robert Paris, presidente do Centro de Valorização da Vida, 90% dos casos de suicídio são evitáveis. Por conseguinte, a simples consciência da família poderia obstar inúmeras tragédias.       Consoante a isso, a escola torna-se agravante do problema, posto que atos vexatórios; xingamentos e até agressões físicas convertem o local em um ambiente extremamente intimidador, influenciando assim, jovens a repetirem o ato da protagonista da série americana "Os 13 Porquês", que findou sua própria vida. Sob outro ângulo, a falta do debate sobre o suicídio configura-se como outra objeção à resolução do impasse, haja vista que o silêncio da epidemia auxilia a manutenção das ocorrências.            Portanto, faz-se cristalina a necessidade de pôr fim ao transtorno envolvendo o suicídio. Para tal, aconselhamento pedagógico para os pais, oferecido gratuitamente pelo governo e inserido em âmbito educacional, é oportuno para a conscientização e promoção de maior entendimento sobre a questão. Ademais, projetos que trabalhem a tolerância e a ética, realizados pelo MEC em parceria com o Ministério da cultura em escolas públicas e privadas, são imperativos, dado que fomentaria a aceitação do diferente e lidaria com questões relacionadas ao bullying. Por fim, o ato de importar-se com a situação e realidade alheia deve ser encarado como o melhor caminho para finalmente realizar o desejo de Leelah e consertar o mundo.