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Enviada em: 31/10/2018

A segunda geração do Romantismo é caracterizada pela evasão da realidade, de modo que a morte torna-se uma solução para os problemas existenciais e o suicídio ganha contornos fortes, sendo idealizado. De modo análogo, na sociedade atual o ato de tirar a própria vida tem se tornado recorrente entre os jovens, na medida em que o crescente individualismo entre os cidadãos contribui para a degradação da saúde mental. Esse contexto evidencia uma deficiência na saúde pública que reflete um padrão cultural e demonstra que o suicídio entre os jovens é um problema que precisa ser posto em pauta.       Em primeiro lugar, nota-se que o aumento das distâncias interpessoais constitui um obstáculo na prevenção do suicídio entre os jovens. Para Bauman, a sociedade atual é marcada pela fragilidade das relações sociais, tendo em vista que o individualismo é uma das principais características da contemporaneidade. Nesse contexto, insere-se a falta de diálogo, que provoca no indivíduo o sentimento de isolamento e solidão, de modo que propicia o desenvolvimento de transtornos de ansiedade e depressão. Por conseguinte, o jovem, tal como os românticos, vê o suicídio como uma opção passível de ser realizada, o que salienta a necessidade de ações no sentido de prevenir esse ato.        Sob a mesma óptica, constata-se uma ineficácia do sistema de saúde brasileiro no que tange à preservação da saúde mental, tendo em vista os dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), segundo os quais ocorrem cerca de 12 mil suicídios por ano no país. Na medida em que está enraizada na sociedade a desvalorização e estigmatização do tema, tal preconceito reflete-se na carência de profissionais especializados e na extensa burocracia para marcar consultas no sistema público. Como resultado, o jovem não tem apoio e uma base sólida para o tratamento das doenças citadas anteriormente, o que contribui para a manutenção dos altos números de suicídio no Brasil.        Afere-se o exposto, portanto, que medidas devem ser tomadas para a construção de caminhos para a prevenção do suicídio entre os jovens do país. Primeiro, as escolas devem estimular a interação entre os adolescentes, por meio de atividades interativas, como oficinas, que promovam a conversa e o divertimento, de modo a acabar com o isolamento e a solidão e proporcionar uma saúde mental de qualidade a esses indivíduos. Ademais, o Ministério da Saúde deve assegurar o tratamento dos transtornos mentais por meio da associação com grupos de psicólogos que disponibilizem o atendimento voluntário, de forma a aumentar o número de profissionais e dispor uma base sólida para, enfim, prevenir o suicídio dos jovens no Brasil.