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Enviada em: 28/02/2018

O livro "O sofrimento do jovem Werther", de Goethe, conta a história de um rapaz que se suicidou devido à uma desilusão amorosa. A obra não só iniciou o romantismo como também causou forte impacto, uma vez que desencadeou uma onda de suicídios que ganhou o nome de "efeito Werther". Analogamente, vemos no país atual um aumento do número de casos de suicídio entre jovens, evidenciando que medidas de prevenção precisam ser tomadas e que as causas, como bullying e depressão, sejam investigadas.        É relevante abordar primeiramente que o bullying é um dos protagonistas entre as causas do suicídio entre jovens. Uma vez que esse período da vida é marcado por inseguranças e instabilidade emocional, essa prática pode criar ou agravar um quadro de depressão e baixa autoestima que, muitas vezes, leva a vítima a tirar a própria vida como forma de acabar com a situação. Diante disso, a atenção dos pais e da escola para casos como esse é essencial, visto que podem notar comportamentos diferentes na vítima e evitar uma tragédia.        Simultaneamente a isso, é importante nota que o preconceito com o assunto ainda persiste na maioria das pessoas, o que faz com que pedidos de ajuda sejam ignorados. À medida que o jovem brasileiro tem dificuldade para ser levado a sério, seus sentimentos também não o são e muitas vezes quadros de doenças psíquicas e depressão passam despercebidos pelos familiares, que ainda consideram o assunto um tabu. Dessa forma, é imprescindível que o indivíduo tenha uma base sólida para conversar e pedir ajuda e, no entanto, não a encontra em lugar algum por conta do deficiente sistema de saúde do país.        É evidente, portanto, que medidas precisam ser tomadas para que o "efeito Werther" não se repita. É papel da escola criar campanhas e palestras para pais e alunos para informar sobre o assunto e como lidar com a situação, de modo que os familiares acabem com os tabus e promovam mais entrosamento e suporte emocional aos filhos. Além disso, cabe ao governo capacitar mais profissionais especializados na área psicológica e prestar apoio à instituições como o CVV, centro de valorização a vida, para que esses jovens tenham a base necessária para se apoiarem e se tratarem dos pensamentos e doenças que os afligem.