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Enviada em: 14/03/2018

As altas taxas de suicídio entre jovens no Brasil, trazem a tona uma realidade que na maioria das vezes torna-se imperceptível na sociedade. Pensar em caminhos para se combater tal ato, seria refletir e debater sobre as reais causas que levam muitos jovens a tirarem suas próprias vidas no país. Logo, faz-se necessário pensar alternativas que contribuam para a prevenção dessa triste realidade.     O modo de vida contemporâneo, reflete a sociedade líquida, defendida por Bauman, filósofo polonês. De acordo com o filósofo, vivemos em uma sociedade de relações fluidas, ou seja, relações superficiais e de pouca duração. Tais relações, trazem consigo a ideia do desapego e da mobilidade constante, o que por fim acaba gerando um sentimento de solidão constante. Além disso, demais fatores como a competição excessiva, e a não adequação aos padrões sociais de sucesso e felicidade impostos pela sociedade, acabam por influenciar comportamentos de desesperança em um futuro promissor.    Consequentemente, a frequência em se sentir só, e o sentimento de fracasso, podem desencadear transtornos mentais graves. O sentimento de invisibilidade perante a sociedade, trás consigo reações adversas, como depressões e transtornos de personalidade. Tais sentimentos, agem como estopins levando muitos jovens no Brasil a tirarem suas vidas, como mostram os dados coletados pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), que indicam um aumento de 10 por cento na taxa de jovens que cometeram suicídio entre os anos de 2002 a 2014.     Sendo assim, pensar em caminhos para prevenir essa prática, envolvem não apenas um empenho dos órgãos de saúde, assistência social, educacionais e da família, mas de uma mudança social. Práticas como o bullying, por exemplo, devem ser combatidas, haja vista seu poder de ridicularização e desrespeito em relação ao sujeito. As escolas devem debater com seus alunos tais práticas, e ainda poder desfrutar de um acompanhamento psicológico aos alunos, a fim de que possa intermediar traumas e conflitos psicológicos que os alunos possam trazer. Assim como a família, uma instituição que torna-se essencial na prevenção do suicídio entre jovens, haja vista seu alto poder de influência na vida de um sujeito. O diálogo entre familiares deve ser explorado, e principalmente a atenção nos comportamentos entre seus entes queridos. Ademas,  cabe também ao Estado o investimento em mais alas de psicologia nos hospitais, integrá-los cada vez mais ao programa de Saúde da Família, aumentando assim,  o número de profissionais da saúde mental no Sistema Único de Saúde (SUS). Em suma, a transformação dessa realidade no país depende de uma mudança comportamental da sociedade. Tal transformação, implicará na quebra de padrões comportamentais individualistas e inconsistentes, e na construção de relações empáticas e sólidas.