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Enviada em: 19/02/2019

Em 2017, foram registrados 104 episódios violentos relacionados ao futebol brasileiro, que resultaram em 11 mortes de torcedores, informa o jornal El País. Entretanto, não é só no futebol que a violência está inscrita, mas em inúmeras modalidades esportivas. Desse modo, a falta de segurança e organização nos estádios e arredores dos mesmos possibilita a eclosão de tais ações agressivas entre torcidas, gerando até mesmo mortes, como cita a notícia. Em princípio, a carência de uma fonte que gere um sentimento de proteção é sentida por boa parte dos brasileiros em relação ao governo de cada Estado. Em razão disso, o filósofo Thomas Hobbes cita que antes de existirem leis, os seres humanos se relacionavam puramente pela violência, a chamada ''Guerra de Todos Contra Todos''; Assim, no Contrato Social, com a renúncia da agressão e a criação da liberdade civil, o Leviatã (entidade mítica formada por um corpo social) ,que representa o Estado, tem função de proteger o indivíduo. Com isso, tal entidade não se representa na sociedade brasileira, visto a incapacidade das autoridades em assegurarem a população, tanto em bairros e em cidades, quanto em estádios esportivos, onde a selvageria das ruas também é notada. Logo, de certa maneira, a violência no esporte é um reflexo de uma face da sociedade que engloba a violência no cotidiano. Em seguida, outro fator que contribui para tal brutalidade no esporte é a falta de organização por parte das autoridades sobre as torcidas; Visto que, no Estádio do Morumbi, por exemplo, a mistura de torcidas rivais em setores muito próximos ocorre. Por conseguinte, tal desorganização nos assentos apenas facilita a ação de torcidas organizadas se rebelarem. Um exemplo foi o conflito ocorrido em 2018 entre as torcidas da Ponte Preta e Guarani, próximo ao Estádio Brinco de Ouro, em Campinas, onde tal conflito teve início dentro do estádio. Em suma, a organização, desde a entrada dos estádios, é crucial, pois o modo em que a torcida se envolve de ''corpo e alma'' pelo seu time do coração pode corroborar com o surgimento da violência no esporte. Portanto, para melhorar a situação agressiva no esporte brasileiro, é imprescindível o aprimoramento da segurança nos estádios e arredores, tanto por empresas privadas, quanto pela guarda civil. Também a venda de ingressos com lugares indicados, separando torcidas rivais em setores diferentes e afastados auxilia na contenção de mais conflitos. Além disso, a segurança reforçada pode assegurar a proibição do uso de camisas de torcidas organizadas que incitam a desordem, visando a diminuição de casos que geram mortes devido à violência no esporte.