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Enviada em: 17/07/2019

Por muito tempo, os campeonatos de esporte eram apresentados socialmente como um evento popular de entretenimento, em que durante o calor da emoção todos os presentes eram iguais e não havia distinções sociais. Hodiernamente, no Brasil, essa função vem perdendo espaço para os casos de violência ocorridos nos estádios de futebol, os quais vem crescendo em uma proporção preocupante. Essa problemática é reflexo de uma cultura de violência praticada por grande parte da sociedade e de um fanatismo irracional. Nesse panorama, com o escapo de atenuar os casos de violência no esporte, ações governamentais e midiáticas são fulcrais.       Efetivamente, é indubitável que a forte presença de uma cultura de violência enraizada na majoritária parte da sociedade brasileira esteja entre as causas do problema. Conforme o pensamento do filósofo Rousseau, ao conceituar que "o homem é o lobo do homem", descreve o homem como um ser que já nasce naturalmente corrompido e que utiliza de meios violentos com o próximo ao ser insultado ou quando o time pelo o qual torce perde, buscando canalizar sua raiva momentânea em um outro torcedor. Esse cenário resulta na intensificação dos casos de violência dentro dos estádios e nos números de mortes relacionadas a essa questão. Com isso, é imprescindível que o Poder Público atue diretamente no combate a essa mazela social.       Outrossim, no que tange a esfera social, o fanatismo irracional sentido por grande parcela dos torcedores diante do seu time em campo é um outro fator impulsionador desse quadro social. Essa postura acentua-se, sobretudo, devido ao poder influenciador da mídia em incitar o interlocutor a uma paixão descontrolada. Na obra "Raízes do Brasil" do paulista Sérgio Buarque de Holanda, descreve o brasileiro como o "homem cordial" que toma suas decisões pautadas pelo coração e não tanto pela a racionalidade, de modo que ocasiona o surgimento de posturas violentas durante um momento de aflição na torcida. Sob essa perspectiva, destaca-se a importância da participação dos meios de comunicação com o fito de minimizar esse impasse.       É evidente, portanto, que ainda há entraves para combater a violência na área do esporte. Assim, para promover mudanças de comportamentos nos torcedores exaltados, urge que o Governo puna os indivíduos que pratiquem esse tipo de crime, por meio da criação de leis que condenem esses indivíduos, exigindo também, aos proprietários dos estádios, maior investimento em segurança local na hora da entrada, como sistemas proteção eletrônica. Além disso, a mídia deve adotar uma postura mais crítica frente a esse assunto, de modo que não fomente um sentimento fanatista ao torcedor. Somente assim, a idealização de Rousseau será cada vez mais afastada do cenário brasileiro.