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Enviada em: 01/06/2019

Segundo o historiador Cornélio Tácito, no ano de 59, uma violenta luta nos jogos entre gladiadores das cidades de Pompéia e de Nocera acabou em tumulto generalizado das duas torcidas, fazendo o teatro onde se realizava as lutas, ficar fechado por dez anos. Em situação análoga, percebe-se que a violência no esporte, apesar de séculos de avanço e proteção aos direitos humanos, ainda é uma realidade persistente na sociedade, visto que alguns indivíduos ainda refletem esses traços violentos nas competições esportivas. Dessa maneira, é preciso discutir a realidade social que leva a essa prática bem como as consequências que isso implica no futebol brasileiro.    Convém ressaltar, a princípio, que a violência no mundo futebolístico é o espelho do que ocorre na sociedade, haja vista que o estádio tornou-se um local onde alguns cidadãos acham, de maneira equivocada, que podem externar de maneira mais evidente atos de preconceito, intolerância e machismo, pois se apoiam na ideia de ser algo típico do esporte. Porém, não se trata mais sobre desestabilizar o jogador ou a torcida do adversário, mas ao próprio ato de desrespeito embutido no meio social. Nesse sentido, o cidadão ao  encarar as partidas como um combate, leva a motivos triviais a praticar atos de violência física contra o outro, causando às vezes a morte. Desse modo, é notório que a cultura das torcidas precisa de mudanças para haver o combate a esses atos.    Em virtude disso, subverte-se o lema de inclusão social dos cidadãos através do esporte, visto que com a crescente violência no Futebol, a realização de partidas com esse fenômeno de massa, não tem sido mais um símbolo de confraternização e união saudável em prol de um bem comum, mas sim de tumultos e aglomerações, que  apesar de ser restrita a um grupo minoritário, chega a ser quase contagiosa. Nesse contexto,  está havendo uma repulsa a ida aos estádios, afetando as pessoas de diferentes idades que são meras espectadoras e amantes desse esporte. Ainda convém ressaltar, que as consequências também são perpassadas nos próprios times, pois são severamente punidos, chegando até mesmo a serem privados de grandes partidas e mandos de campo.   Portanto, percebe-se que o futebol pode ser uma importante ferramenta de inclusão social, desde que as ondas de violência sejam devidamente contidas e amenizadas. Desse modo, deveria ser feito o cadastramento de torcedores como já é feito em países como a Inglaterra que já passaram por essa problemática. Além disso, é imprescindível o reforço policial, principalmente nos clássicos, bem como a expulsão temporária aos que demostrarem desvios a passividade dos jogos. Pois, dessa forma, os cidadãos poderiam voltar a frequentar os jogos, os times não seriam severamente punidos e os estigmas preconcebidos sobre o esporte seria aos poucos combatido.