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Enviada em: 06/05/2019

A Política do Pão e Circo instituída por Otávio Augusto na Roma antiga, além de articular o controle da população através da distribuição de alimentos, também proporcionava entretenimento através de sangrentos espetáculos envolvendo gladiadores no Coliseu. Tal fato histórico, remete a comportamentos contemporâneos vivenciados no esporte brasileiro -  à violência, essencialmente desencadeada pelo fanatismo exarcebado e à falta, em muitos casos, do poder coercitivo. Assim, faz-se pertinente analisar tal cenário, suas possíveis causas e soluções.        Em primeiro plano, é válido ressaltar que a obstinação desenfreada por um certo time somada à intolerância em relação ao clube rival, acaba por influenciar negativamente o comportamento do indivíduo que, ao ver o outro time como um inimigo, paralelamente desenvolve o caráter segragacionista e, em muitos casos, violento. Ademais, tais comportamentos intolerantes têm consequências irrefutáveis no que tange à disseminação e continuidade da problemática. O filósofo Pierre Bourdieu, em sua obra " Habitus ", explica que a reprodução de comportamentos, como a violência não só se disseminam em diversas esferas sociais, mas como são neutralizadas e passadas para a geração. Logo, tal enraizamento comportamental, cria subterfúgios para à violência e segragação na esfera esportiva.          Sob outra ótica, cabe enfatizar que a falta de policiamento nos estádios e centros esportivos interfere crucialmente na segurança nesses locais uma vez que, a carência de monitoramento e coerção de atos de ferocidade, permite a manutenção das infrações assim como a ocasião de acidentes graves e até casos de morte. Um exemplo disso foi o que ocorreu com o torcedor do Fluminense, Marcos  Barreto Arruda de 64 anos, que foi agredido na saída de uma partida de futebol por um torcedor do Flamengo, Matheus Morbeck de 18 anos, em março de 2019. Portanto , tal acontecimento é um reflexo não só da insegurança, mas também da violência vândala e agressiva vivenciada no esporte brasileiro.              Sob esse viés, torna-se mister a realização de medidas que atenuem a situação. Para a conscientização da população brasileira a respeito do problema, urge que o MEC crie, por meio de verbas governamentais, campanhas publicitárias nos meios televisivos e nas redes sociais que enfatizem a importância da tolerância e respeito, de modo proporcionar visões críticas acerca das causa e consequências de comportamentos violentos nos esportes. Ademais os órgãos policiais devem intensificar o monitoramento e apreensões nos estádios, objetificando a segurança e conforto do torcedor. Destarte, observada a ação conjunta, será possível minimizar esse fato social no Brasil.