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Enviada em: 22/04/2019

Durante o período da Idade Média, os atos de violência eram vinculados a manifestações de imposição e poder. Os jogos entre os gladiadores que lutavam no Coliseu, em Roma, faziam com que o público gostasse de assistir aos combates. No entanto, após séculos de avanço e proteção aos direitos humanos, alguns indivíduos ainda refletem esses traços na competição esportiva no  brasil.   Em primeiro lugar, a mídia impulsiona a valorização do sentimentalismo aos times e, pode até mesmo ajudar a converter a paixão pelo esporte em um verdadeiro estilo de vida. Neste sentido, os torcedores adotam erroneamente uma metáfora conceitual “esporte é guerra” e encaram as partidas como um combate. Assim, cria-se um nacionalismo imperativo, ou seja, vê-se o time e a torcida adversária como inimigos em potenciais, vide as torcidas organizadas. Essas usam a agressão para representar um tipo de defesa e supremacia de um time sobre o outro.  Ademais, a impunidade dessas ações hostis favorece o contínuo desrespeito àqueles que vão apenas para apreciar as partidas e, até mesmo, inverte a visão do esporte como método de inclusão social, defendida pelos próprios clubes. Exemplo disso é que o Brasil lidera o ranking entre os países que contém mais mortes em estádios de futebol, o que comprova que a segurança nesses lugares é ineficaz, visto que, muitas vezes, os agressores não são identificados ou recebem leves advertências, enquanto que para as vítimas que sofrem de violência física ou moral, os danos podem ser irreversíveis.   É imprescindível, portanto, a mudança na conduta daqueles que usam a ferocidade para se imporem no esporte. Para isso, o Brasil poderia se basear em países que se tornaram referência da segurança de estádios, como é o caso da Inglaterra. A mídia e atletas podem promover campanhas de conscientização ao público, a fim de que o reflexo arcaico da Idade Média se converta em um coletivismo ético e que auxilie a integração social do esporte.