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Enviada em: 23/04/2019

Desde a Idade Média, os atos de violência eram vinculados às manifestações de imposição e poder. Diante deste cenário, os jogos de futebol trazem resquícios desses sentimentos que eram tidos em lutas no Coliseu em Roma, onde o público justificava a violência baseada nos valores culturais. No entanto, após séculos de avanço e proteção aos direitos humanos, alguns indivíduos ainda apresentam traço na competição esportiva, como fazem muitos torcedores brasileiros nos estádios de futebol.       Em primeiro lugar, a criação dos pais impulsiona a valorização do sentimentalismo aos times, quando desde criança é incentivada a torcer pelo time da família e, pode até mesmo ajudar a converter a paixão pelo futebol em um verdadeiro estilo de vida. Neste sentido, os torcedores adotam um nacionalismo imperativo onde criam uma metáfora conceitual “Futebol é guerra” ou seja, vê-se o time e a torcida adversária como inimigos em potenciais. Dessa maneira usam a agressão para legitimar a supremacia de um time.       Ademais, a impunidade dessas ações hostis favorece o crescimento e até é normaliza tal atitude pela ineficácia da aplicação do Estatuto do torcedor, além disso, o contínuo desrespeito àqueles que vão apenas para apreciar as partidas e, até mesmo, inverte a visão do esporte como método de inclusão social, defendida pelos próprios clubes. Contudo, a Inglaterra país progenitor do esporte demonstrou como combater a barbárie das torcidas com o magistrado Peter Murray Taylor, onde em seu relatório criou metidas preventivas, repressivas e um sistema de infraestrutura nos estádios.       É imprescindível, portanto, a mudança na conduta daqueles que usam a ferocidade para se imporem diante de outros times. Para isso, o Brasil poderia se basear em países com referência em segurança nos estádios, como a Inglaterra; que sofreu ataques segregacionistas e repressivos de grupos chamados “Hooligans” e, para combatê-los, fez o cadastramento de torcedores, o uso de reforço policial e expulsão temporária aos que desviarem da pacificidade entre os jogos. A mídia e os clubes podem promover campanhas de conscientização ao público, a fim de que o reflexo arcaico da Idade Média se converta em um coletivismo ético e que auxilie a integração social do esporte.