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Enviada em: 05/05/2019

Em pleno exercício da ditadura militar, a década de 70 vivência a exaltação do futebol como símbolo de progresso, encobrindo as barbáries causada pela maior  repreensão política da história do Brasil. A prática esportiva como um instrumento de omissão ao verdadeiro caos proporcionado pela hostilidade humana, pode ser facilmente verificada como onipresente no país ,quando se discute  a violência no esporte brasileiro. Nessa perspectiva, cabe analisar  como a fusão de tantas ações violentas  na sociedade aumentam o seu poder de persuasão, inclusive no esporte, e interfere na segurança e no bem-estar da corporação social.       Em primeiro lugar, é válido discutir como o desenvolvimento de uma população envolvida pela violência, tem maior propensão para lhe propagar nas atividades desportivas. Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu,  em sua obra "Habitus", explica que a reprodução de comportamentos, como a violência, não só se disseminam nas diversas esferas sociais como são neutralizadas e passadas para as gerações. Logo, percebe-se  as práticas de vandalismo e a selvageria entre times divergentes dentro dos estágios esportivos, como confirmação da difusão da violência e da intolerância que se perpetua nas diferentes escolhas diante do esporte e acabam por limitar a liberdade democrática dos cidadãos.       Além disso, é importante discutir como o esporte violento pode levar à implicações no sistema  de segurança pública do país e para o bem coletivo. Assim como ocorreu no regime militar de 1978, onde o esporte se tornou útil para alienar e distanciar a sociedade, diante das questões sociais, hoje, é ferramenta para propagação da violência sem a preocupação com o bem-estar comum. Certamente,  as práticas violentas ganham maiores proporções em lugares públicos, seja com: arrastões de rua, roubos, agressões físicas, destruição de propriedades e assassinatos, que fazem emergir transtornos e desqualificar a seguridade do país. Como prova disso, de acordo com a Organização das Nações Unidas, o Brasil se posiciona como o 16º país mais violento do mundo.      Portanto, é imprescindível que mudanças sejam tomadas para qualificar melhor o sistema de segurança e organização das atividades desportivas. Dessa maneira, cabe  a Secretária de Segurança Nacional,  em coadjuvação com o Poder Legislativo, desenvolver uma lei criminalizante com penas mais rigorosas, já que ainda não existe nenhuma promulgada, sendo  viabilizada pela da ação policial e jurídica, direcionada ao combate da violência entre torcidas organizadas, além de intensificar a fiscalização contra o porte de armas entre os torcedores dentro dos estágios e espaços públicos, a fim de desarticular o vandalismo perene ao esporte. Assim, o atletismo terá uma configuração diferente da década de 70, pois não será instrumento de omissão às causas sociais, mas de  luta em prol delas.