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Enviada em: 05/05/2019

O futebol brasileiro é reconhecido internacionalmente por ostentar o título de pentacampeão mundial e indubitavelmente pela paixão ímpar de sua população pelo esporte. Entretanto, o país também enfrenta desafios quanto à violência propagada majoritariamente por torcidas e grupos organizados dentro dos campos. Isso nos permite entender que, o Estatuto do torcedor, responsável por garantir a regulamentação, segurança e controle dentro dos estádios, tem falhado na cumprimento de seu dever, resultando no trágico distanciamento das famílias e sua paixão pelo esporte. Nesse sentido, cabe analisarmos as principais causas, consequências e possíveis soluções para esse impasse.    Primeiramente, é necessário compreender que o país que vivencia tempos de violência social nunca antes vistos, cenários estes que são refletidos diretamente no comportamento de torcidas organizadas, que frequentemente dissociam a selvageria contra grupos antagonistas ao seu time, utilizando a internet como ferramenta para marcarem brigas que terminam de maneira fatal. A exemplo disso, podemos citar o caso noticiado pelo jornal O Globo, no ano de 2008 no DF, quando um confronto violento entre torcidas rivais resultou na morte de um jovem participante, sendo este atingido na cabeça durante uma tentativa de apaziguamento realizada por um policial militar. Casos como este explicitam o quão inadmissível é o despreparo do poder público no que tange à segurança do torcedor.    Por conseguinte, o Estado decidiu investir na adoção de medidas como  o "Torcida Única", que visa impedir o encontro das organizadas em um mesmo local, porém, a falta de fiscalização e identificação acarretaram na falha da mesma. Além disso, as punições previstas em lei para crimes desta natureza são ineficazes e em sua maioria nem mesmo são aplicadas. Corroborando essa perspectiva, de acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), durante os anos de 2014 e 2015, apenas 3% dos crimes registrados foram punidos. Ademais, segundo o IBOPE, essa impunidade distancia famílias do retorno aos campos, pois, 43% dos brasileiros afirmam que não frequentam mais os estádios por temor aos grupos organizados.      Conclui-se que, as atividades agressivas de torcidas rivais e a falta de atenção devida por parte do Estado são fatores determinantes para a violência no esporte brasileiro. Por esse motivo, torna-se necessária a ação do governo a partir da criação de leis que punam e banam definitivamente os criminosos dos estádios. Para isso, seria realizado juntamente com os clubes, um cadastramento biométrico com o objetivo de identificar os integrantes responsáveis pela torcida. Em casos de inércia dos times neste desígnio, caberia ainda responsabilizar diretamente técnicos, dirigentes e presidentes dos clubes, de maneira a impactar quem hoje realiza papel coadjuvante no combate à violência.