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Enviada em: 25/04/2019

A sociedade brasileira é marcada por mais de três séculos e meio de regime escravista, expressivas  exclusões sociais, raciais, entre outras. Assim, fica nítido que o Brasil se desenvolveu e ainda se desenvolve sob uma cultura de ódio. Desse modo, é possível compreender outras questões em que a violência se faz presente, como no esporte brasileiro, o qual, infelizmente, sofre com a hostilidade dentro e fora dos estádios de futebol.      Em primeiro plano, é preciso ressaltar que essa cultura de violência é reflexo da realidade brasileira de desordem pública, social, econômica e política. Sem dúvida, um dos grandes fatores desse descaso é fruto de uma educação deficitária, em que as escolas ignoram matérias de grande importância, as quais teriam a eficácia de ensinar e debater o esporte, como instrumento educativo, de inclusão, formação e cidadania, capaz de proporcionar uma cultura de paz. Além disso, a falta de um plano estratégico nacional de combate e prevenção às violências no futebol brasileiro junto a uma participação ativa dos clubes fazem do Brasil um recordista mundial de mortes relacionadas ao futebol, segundo Mauricio Murad,  sociólogo e doutor de Psicologia do Esporte.       Por consequência, o aumento do número de brutalidade, reflexo da insegurança que assola todas as esferas do país, e de mortes nos estádios tendem a aumentar. visto que, aproximadamente, 101 mortes ocorreram nos últimos 26 anos (levantamento do Grupo Record - R7). Em virtude disso, a distorção dessa modalidade esportiva, como práticas de violência do futebol ao invés de no futebol, por meio da mídia e de outros meios de comunicação, muitas vezes, acaba afastando torcedores e o esporte em si de uma parcela da população, o que não é benéfico para uma sociedade em que o futebol é o patrimônio cultural e histórico de seu país.       Portanto, é necessário que o futebol seja representado de forma positiva para o resto do mundo e para a sua própria nação. Por isso, é preciso que haja um plano estratégico nacional de combate e prevenção, através do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, por meio de um maior controle das forças de segurança estaduais no acesso aos estádios, com o uso da biometria na identificação dos torcedores e de uma legislação eficaz contra indivíduos violentos, a qual seja capaz de controlar a entrada e saída de todos e processar criminalmente os responsáveis, para coibir a violência dentro e fora dos estádios. Bem como, a participação ativa dos clubes na formação e fomento de suas torcidas organizadas, sendo um meio para o controle também de gangues infiltradas. E por fim, não menos importante, a inserção do esporte, nas escolas, como instrumento educativo, a fim de reverter o esporte como um meio de violência e de ódio, como vem sendo.