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Enviada em: 01/05/2019

“Brasil, país do futebol”, a célebre frase atribuída ao país é motivo de orgulho aos milhares de brasileiros que lotam os estádios para assistir competições, que deveriam, na prática, culminar em celebrações e harmonia. Entretanto, hodiernamente, é notório o aumento no número de violências praticadas nesses locais, afirmando o Brasil como o recordista mundial de mortes, em relação aos esportes, segundo a Uol, e ainda, indo de encontro ao título recebido. Com efeito, torna-se relevante a análise de como a negligência do Estado, com a segurança desses lugares, acarretam diversos efeitos para população.       Em primeiro plano, vale ressaltar que, segundo Hobbes, filósofo inglês, antes da organização da sociedade pelo Estado, vivia-se no Estado de Natureza, no qual preconizava que “o homem é lobo do homem”, e que era necessário um contrato social, em troca da segurança humana. Nesse viés, tal teoria Hobbesiana remete a situação dos estádios brasileiros, em que o alarmante índice de violência e barbárie é contribuído pela falta de segurança nesses locais, gerada pela falta de investimento nesse setor público pelo Estado, e a negligência do poder Judiciário, como a morosidade com os casos desse cunho. Dessa forma, essa situação ainda é agravada, pós propostas de emendas constitucionais, como a PEC-55, que congela gastos em áreas públicas por 20 anos, ampliando a dimensão do problema e atribuindo os estádios como locais caóticos.        Paralelo a isso, é necessário compreender as resultantes da violência nos estádios brasileiros, mediados por invasões, tumultos e brigas generalizadas. Nesse sentido, afasta e retira o lazer de parte da população, que vê o esporte como caminho para o entretenimento e socialização. Além disso, as violências nesses lugares ultrapassam o físico, e adentram as mídias sociais, que possuem poder de persuasão e alto alcance. Destarte, contribui-se para exploração de sentimentos de ódio ao rival, além dos estádios, gerando não só danos físicos, mas também, morais e psicológicos.      Portanto, mostra-se relevante como a ineficiência estatal com a segurança acarreta problemáticas para a população brasileira nos estádios. Logo, medidas como o controle por cadastramento, já utilizadas em alguns estádios, devem ser universalizadas pelo investimento estatal com parcerias de empresas privadas por incentivos fiscais, para que as esferas federais possam ter conhecimento sobre quem está dentro daquele local. Ademais, ao maior número de seguranças e policiais, contratados pelo Governo e empresas afins, durante jogos com grande repercussões, a fim de impedir tumultos. Na perspetiva de ter orgulho do título que o país carrega e distanciar-se da teoria de Hobbes.