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Enviada em: 29/04/2019

Naturalmente, pensar a questão esportiva no Brasil é imaginar o futebol como parte central devido à sua popularidade em todo território e identidade cultural. Dessa forma, a expressividade do futebol entre os homens é, prematuramente, cultivada, incorporando-se à socialização masculina brasileira em que tal atividade tem jogadores e público-alvo predominantemente masculinos. Além disso, diversos garotos recebem uma educação familiar e social com componentes da masculinidade tóxica, como a violência: fator entre os torcedores que degrada o lazer popular e o espírito esportivo.   Em primeira instância, o futebol, por ser voltado aos homens, é uma das maiores expressões sociais da nocividade da expressão masculina. Por isso, quando Kant salienta que a educação é a principal forma de construir o indivíduo, deve-se ressaltar a importância nos hábitos estimulados nas crianças. Nesse sentido,  é possível identificar que a família, a escola, a mídia e tantas outras instituições sociais incentivam uma postura violenta e intolerante para os meninos, como sendo prática natural de seu gênero. Dessa forma, homens adultos crescem com uma mentalidade agressiva e frustrada que se manifesta nos estádios por meio de provocações, preconceitos e brigas.   Consequentemente, o ambiente esportivo, que deveria ser baseado em um sentimento de boa convivência, torna-se insustentável. Recentemente, o caso do Neymar, um dos jogadores mais conhecidos do Brasil, tornou-se um exemplo, dentre tantos, das causas e consequências da agressividade no meio esportivo por brasileiros ao responder uma ofensa de um torcedor com violência física. Assim, com a soma de tantos episódios assombrosos, diversas pessoas, grupos de amigos e famílias sentem medo de frequentar estádios e até perdem interesse de acompanhar o mundo esportivo. Gradualmente, se persistir o problema, o futebol deixará de fazer parte da vida e identidade dos brasileiros pelo pavor às agressões naturalizadas.   Portanto, é necessário retomar às origens das consequências atuais para mitigar a violência comum no Brasil e, pontualmente, no meio esportivo. Logo, é dever do Ministério da Educação fomentar nas escolas, por meio do ensino obrigatório de Educação Física, a abordagem do respeito, inclusão e fraternidade, bem como capacitar seus profissionais para reeducar estudantes que eventualmente transgridam as regras. Não obstante, é necessário atenção maior da equipe pedagógica nos casos relacionados à masculinidade tóxica e, em união aos professores, procurar identificar alunos que reproduzam esse comportamento sexista, oferecendo acompanhamento psicopedagógico especializado a fim de recriar um novo ideal de homem. Finalmente e, só assim, o Brasil poderá encontrar respostas construtivas no combate ao ódio tão sutilmente perpetuado na contemporaneidade.